Contribuinte pagou 35,31% do PIB em impostos no ano passado

12/12/2008 - 18h04

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O trabalhadorbrasileiro pagou 35,31% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de tudoque o país produziu no ano passado) em arrecadaçãode impostos, contribuições e taxas nos trêsníveis de governo. Houve, portanto, evolução de1,27 ponto percentual em relação aos 34,04% de2006.Os números foram divulgados hoje (12) pelosecretário adjunto da Receita Federal, OtacílioCartaxo. Segundo ele, a carga tributária brasileira estána média, comparada à de outros países, uma vezque a Organização para Cooperação eDesenvolvimento Econômico (OCDE) considera a média de36,73%.Países como Suécia e Dinamarca arrecadam50,1% e 49% do PIB (números de 2006) em impostos,respectivamente, mas oferecem serviços considerados dePrimeiro Mundo. Há também países desenvolvidosque arrecadam menos que o Brasil, em proporção ao PIB,como Japão (27,4%), Estados Unidos (28,2%), Suíça(30,1%) e Canadá (33,4%).De acordo com dados daReceita, o PIB brasileiro somou R$ 2,558 trilhões em 2007, comevolução de 9,6% em relação aos R$ 2,332trilhões arrecadados no ano anterior. Enquanto isso, aarrecadação de R$ 903,64 bilhões cresceu 13,8%na comparação com os R$ 794,12 bilhões de cargafiscal em 2006.Do total arrecadado 70% foram deresponsabilidade da União, 25,6% dos estados e 4,4% dosmunicípios. O crescimento foi por conta dos tributos federais,uma vez que houve leve redução de arrecadaçõesnos estados e estabilidade nos municípios. No cômputogeral, a evolução foi de 3,91 pontos percentuais nosúltimos cinco anos, comparando-se os 35,31% de 2007 com os31,4% de 2003.As maiores variações decrescimento da arrecadação de 2007 foram registradasnos tributos sobre a renda (+0,45 p.p.), sobre a folha de salários(+0,37 p.p.)), sobre bens e serviços (+0,33 p.p.), sobre apropriedade (+0,07%) e sobre operações financeiras(+0,06 p.p.). Todos decorrentes da própria expansãoeconômica, conjugada com aumento da massa salarial eaperfeiçoamento da máquina tributária,acrescentou Cartaxo.Os números da arrecadaçãodeste ano têm sido crescentes até agora, mas osecretário adjunto evita qualquer prognóstico sobrepossível expansão da carga tributária no finaldo exercício financeiro. Ele disse que não dápara prever e que seria “uma temeridade antecipar qualquer coisa”,até porque a crise financeira, que chegou à economiareal, deve afetar a arrecadação do últimotrimestre.Questionado a respeito, o presidente do InstitutoBrasileiro de Planejamento Tributário, Gilberto Luiz doAmaral, disse que a carga fiscal deste ano ficará acima de 36%do PIB.