Presidente da Petrobras diz que produção de petróleo no pré-sal continua viável

10/12/2008 - 19h33

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O presidente da Petrobras, JoséSergio Gabrielli, afirmou hoje (10) que as atividades de exploraçãoe produção de petróleo na camada do pré-salcontinuam “viáveis”, mesmo com os preços atuais dobarril, variando entre US$ 35 e US$ 40. Gabrielli fez a declaraçãodurante solenidade na Assembléia Legislativa do Rio deJaneiro (Alerj), onde o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão,foi homenageado.Ele reafirmou a manutenção dosinvestimentos previstos para o pré-sal no novo plano denegócios da empresa para o período de 2009 a 2013,apesar da crise financeira internacional. Para ele, algumasalternativas devem ser levadas em conta ao avaliar a questão.“O pré-sal continua viável, mesmo com o petróleono patamar atual. Há várias alternativas quanto aopré-sal: temos no Norte da província, que é noEspírito Santo, uma atividade extremamente viável,porque as instalações já estão lá,e é mais barato produzir leve no pré-sal do que pesadono pós-sal.”Gabrielli confirmou a perspectiva de desenvolvimento do teste de longa duração (TLD) do campo deTupi, a partir de março do próximo ano, e do projetopiloto no final de 2010. “O teste de longa duração eo projeto piloto nos darão as informaçõesnecessárias, que só podem ser obtidas com a produção,permitindo desenhar os modelos de produção que serãoadotados posteriormente. Portanto, não vemos hoje nenhum problemade continuar com os investimentos na área do pré-sal.”disse.O presidente da Petrobras informou que o plano de negóciosdeverá ser avaliado pelo Conselho de Administraçãoda empresa na reunião do próximo dia 19, mas não adiantou o volume de recursos previsto. “Ele [volumede recursos] será o resultado do planejamento que estáem fase final de conclusão. Quando terminar a avaliação,anunciaremos os investimentos.” Ele confirmou também o interesse da companhia em produzir mais petróleo leve – demelhor qualidade e maior rentabilidade.Para ele, a produção crescente de petróleo levetem horizonte mais longo, porque os campos estão sendodescobertos agora e o tempo de maturação deles e suaentrada em produção é de sete a oito anos.“Portanto, os projetos de investimento vão continuar na linha de aumentar a conversão norefino, a qualidade dos produtos e nossacapacidade de processamento.”Gabrielli ressaltou que isso não quer dizerque a produção de petróleo pesado ficaráem segundo plano. “Estamos começando a produzir maispetróleo leve, que tem mais vantagens econômicas”,explicou. Ele admitiu, no entanto, que a posiçãorelativa de vários projetos pode ser alterada, devido aoquadro atual do preço do petróleo.De acordo comGabrielli, apesar da crise, a Petrobras conseguiu captar nesteano US$ 7 bilhões. Disse também que a empresa estápedindo à Agência Nacional do Petróleo (ANP) aampliação dos prazos de declaração dacomercialidade de alguns dos campos do pré-sal, o que teriaque ocorrer até 2010, “em razão de dificuldadesdecorrentes da escassez de sondas no mercado”.