Mantega acredita que contas externas vão se ajustar

09/12/2008 - 13h14

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, GuidoMantega, acredita que as contas externas vão ser ajustar, comas exportações se adequando ao novo patamar de câmbiodiferente daquele praticado antes da crise global. Diferentemente doque ocorria quando o real muito valorizado encarecia os produtosbrasileiros no exterior, poderá haver uma posiçãomais favorável às vendas externas do país. Oministro fez essas afirmações ao comentar o resultadodo Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre.

“Com um novo câmbio, que eunão sei onde vai ficar, pois é flutuante, tudo indicaque será uma posição mais favorável paraas exportações. Com uma compensaçãonatural. Com mudanças de variável do balanço de pagamentos [resultado de todas as transações do paíscom o exterior, incluindo a balança comercial]”, disse.

Um exemplo citado pelo ministro éa melhoria da conta em transações correntes, que fazparte do balanço de pagamentos, devido à diminuiçãodas viagens internacionais diante da crise. Segundo ele, haveráum número maior de viagens dentro do Brasil a turismo, comgastos menores no exterior.

Outro fator que deve influenciar oresultado das contas externas são as remessas de lucros edividendos por parte das empresas. Isso porque, segundo o ministro,há um limite para esse tipo de operação.

“Acredito que nós estaremoscom as contas externas bastante equilibradas. Mesmo que algum déficitem transações correntes”, admitiu. A conta corrente éformada por serviços e rendas (juros, lucros e dividendos eviagens internacionais), balança comercial (exportaçõese importações) e transferências unilaterais, quepode ser a remessa de recursos de um cidadão residente noJapão para seus parentes no Brasil.

O ministro deixou claro que contamuito com a mudança cambial que vem ocorrendo para que asexportações ganhem um novo estímulo. Segundoele, as exportações brasileiras ganham maiscompetitividade quando o dólar está entre R$ 2,30 e R$2,50.

Além disso, o ministrolembrou que as reservas internacionais brasileiras continuampraticamente intactas, com mais de US$ 200 bilhões. “[Isso] mostraa força e a resistência do Brasil, porque outrospaíses que tinham reservas elevadas têm perdido reservaspara enfrentar a crise”.