Europeus treinarão técnicos brasileiros para gestão de políticas regionais

05/12/2008 - 18h01

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e UniãoEuropéia desenvolverão, em 2009, a primeira experiênciaconjunta na área de gestão territorial para odesenvolvimento. O projeto piloto será na fronteira do Amapácom a Guiana Francesa, no Parque Nacional de Cabo Orange, e faz parteda parceria estabelecida entre as duas regiões paratreinamento de agentes brasileiros da área de desenvolvimentoregional. A troca de experiências em gestãoterritorial, visando à redução das desigualdadesregionais, foi tema do 1º Congresso Internacional de Gestãode Políticas Regionais no Mercosul e na União Européia,promovido pelo Ministério da Integração Nacionale encerrado hoje (5) em Brasília. A aproximaçãofoi proposta pelo Brasil há dois anos. “A União Européia representa o quehá de mais eficiente em políticas de gestão hojeno mundo”, justificou o secretário de Políticas deDesenvolvimento Regional do Ministério da IntegraçãoNacional, Henrique Villa da Costa Ferreira. Ele lembrou que aintegração de Portugal, Irlanda e Espanha àEuropa foi possível por meio de políticas regionais. “Quando o Brasil tiver menos territóriosestagnados, se tornará um país mais forte”, afirmouFerreira. Segundo ele, todas as regiões do país – enão apenas o Norte e o Nordeste – demandam políticasregionais de desenvolvimento. Como exemplo, citou a metade sul do RioGrande do Sul, o Vale da Ribeira (entre São Paulo e Paraná),o extremo norte do Rio de Janeiro e o extremo sul do EspíritoSanto.O Plano de Ação Brasil-UniãoEuropéia para 2009, agora divulgado, foi aprovado em outubro,em Bruxelas. Além da ação no Cabo Orange, cujoobjetivo é atrair turistas europeus que visitam a regiãopara o cabo do Oiapoque, do lado brasileiro, a agenda para o próximoano inclui a capacitação de profissionais brasileiroscom especialistas europeus. Também estão previstoscinco encontros entre territórios brasileiros e europeus comproblemáticas similares.Os demais países membros e associados doMercosul ainda não integram o programa. Foram apresentados àiniciativa agora, durante o Congresso realizado em Brasília. Ointeresse ainda é pequeno, reconhece Henrique Villa da CostaFerreira, que atribui esse fato à inexistência depolíticas regionais nos países vizinhos. A Argentinanão mandou representante para o encontro, promovido pelogoverno brasileiro. Do Uruguai veio apenas um. Estiveram aquirepresentantes do Chile e do Paraguai. “Vamos ter que sensibilizar o Mercosul para aimportância de políticas regionais para o bloco. Setivermos uma política regional forte, o bloco poderá seestabelecer de forma mais robusta no cenário internacional”,avaliou o secretário.