Crise externa não reduz patrocínios da Petrobras à cultura

04/12/2008 - 18h44

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras vai continuar investindo em cultura, apesar da crise financeira internacional. Foi o que disse hoje (4) a gerente de Patrocínios da estatal, Eliane Costa, que encerrou a edição extraordinária do fórum nacional, promovido pelo ex-ministro do Planejamento, João Paulo dos Reis Velloso, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), nesta capital. O evento discutiu o desenvolvimento cultural.

Para Eliane Costa, a crise representa um “momento de  arrumação”. A estatal está no momento com um edital aberto para inscrições de projetos candidatos a patrocínio cultural até fevereiro e março de 2009. “Não há  nada que esteja colocando em risco o  Programa Petrobrás Cultural, que é um programa de seleção pública que a gente lança com inscrições pelo site. Então, essas propostas estão mantidas”.

Costa assegurou que a visão da Petrobras, como das demais empresas públicas e privadas brasileiras, que investem nesse segmento, é que a cultura, hoje, “é um vetor de desenvolvimento qualificado que movimenta as cadeias produtivas”.

A Petrobras avalia, segundo ela, que o  patrocínio à cultura agrega reputação e valor simbólico à sua marca, além de trazer  também valor econômico. “Hoje, as marcas das empresas são ativos econômicos importantes”. Lembrou, ainda, que a cultura contribui para o desenvolvimento do país.

As legislações de fomento à cultura permitem, conforme explanou Eliane Costa, um aporte substancial das empresas a essa atividade. Ela lamentou somente que o número de companhias que apóiam a cultura não seja maior no país. Há uma grande concentração, explicou. “As seis maiores patrocinadoras representam quase 40% do total das 500 maiores empresas brasileiras. E nessas seis maiores, a presença estatal é muito forte: Petrobras, Banco do Brasil e Eletrobrás”, disse.

A gerente da Petrobras afirmou que esse cenário de concentração precisa ser quebrado. “Quanto mais empresas puderem  fazer uso da renúncia fiscal, em que o governo federal abre mão de impostos, dinheiro público para a cultura,  elas certamente vão estar contribuindo pela via da cultura para o desenvolvimento do país”. Segundo Costa, todos ganham com o apoio à cultura.