Atletas discutem paraesporte no Senado Federal

03/12/2008 - 22h03

Lisiane Wandscheer
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Atletas paraolímpicos debateram hoje (03), Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, no Senado Federal, a situação do paraesporte no Brasil.Ao participarem da audiência pública promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte, os atletas relataram as dificuldades encontradas nas trajetórias individuais e consideraram a falta de acessibilidade nas cidades um dos maiores desafios a serem superados para garantir o desenvolvimento pleno das pessoas com deficiência.Clodoaldo Silva, tem 29 anos, sofre de paralisiacerebral, e começou a nadar como forma de reabilitação. Hoje é nadadorprofissional e coleciona diversas medalhas olímpicas conquistadas emSidney, Atenas e Pequim. Para ele, atualmente os deficientes nãosofrem tanto preconceito, mas a maior discriminação é a falta deacessibilidade.“Nãoprecisamos de piedade e sim de oportunidade e estrutura para quepossamos ter uma vida normal. Fico muito feliz quando uma criança comou sem deficiência me diz que quer ser como eu quando crescer. Háalguns anos atrás era difícil de imaginar que um deficiente poderia serherói de alguém”, disse Clodoaldo.O competidor de hipismo Marco Alves, o Joca, de 47anos, que também trouxe várias medalhas para o Brasil criticou as más condições deacessibilidade na Capital Federal e que se repetem na maioria das cidadesbrasileiras.“Um bomexemplo de inacessibilidade e discriminação é o que ocorre em Brasília.Outro dia vim à Praça dos Três Poderes e precisei de ajuda, pois nãohavia acesso para deficientes. O mesmo acontece aqui no CongressoNacional”, reclamou o atleta.OSenadores presentes sugeriram que uma ação fosse feita em Brasília,transformando-a em “Capital da Acessibilidade”. O presidente daComissão, senador Cristóvão Buarque, concordou com a proposta.“A idéia é muito boa e viável, vou levá-la ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda”, ressaltou o senador. O Brasil participa das Paraolimpíadas desde 1972, quando a competição foi realizada na Alemanha. Em 2008, o país bateu seu recorde, conquistando 47 medalhas na China, 16 delas de ouro. Os resultados foram superiores aos de Atenas, em 2004, quando os atletas brasileiros somaram 33 medalhas.Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 24,5 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, o que representa 14,5% da população.