Oposição se mostra disposta a discutir reforma tributária só em 2009

27/11/2008 - 12h01

Priscilla Mazenotti e Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Diante do impasse entregoverno e oposição quanto ao projeto da reformatributária, a matéria deve mesmo ser votada apenas em2009. A oposição se mostrou disposta hoje (27) asuspender as discussões sobre o assunto e retomá-laapenas em fevereiro ou março para que, na prática, avotação ocorra só em abril."Acho que ogoverno percebeu que o ambiente não é propíciopara votar a reforma este ano. Temos a intenção defazer a busca pelo entendimento com o governo se for realizado nostrês primeiros meses do ano que vem. Aí sim começaríamosa trabalhar a partir da semana que vem para buscar refazer esseparecer", disse o líder do PSDB na Câmara, JoséAníbal (SP), depois de reunião entre a base governistae o governo.O líder dogoverno na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), no entanto, mantémo otimismo quanto à aprovação do texto aindaeste ano. "O governo trabalha para mobilizar a base e superar aobstrução da oposição", afirmou. “A[reforma tributária] desonera impostos, fortalece aeconomia, o desenvolvimento econômico e, no momento de criseinternacional, ajuda o país a enfrentá-la. Mas, aoposição não se convenceu disso”, completou.A preocupação,agora, é o calendário. O recesso parlamentar começaem 22 de dezembro. A última votação na Casa estámarcada para o dia 18, uma quinta-feira. Na prática, poucomenos de um mês para uma matéria que necessita de 308votos em plenário em dois turnos de votação paraser aprovada.Hoje, o PPS divulgounota questionando pontos do texto apresentado pelo relator dareforma, deputado Sandro Mabel (PR-GO). O partido tambémsugeriu mais tempo para discussão e que a votaçãoocorra em abril. "É uma reforma na medida para quem temrecursos para bancar o lobby que infesta os corredores doPalácio do Planalto", traz trecho da nota. O líderdo PPS, deputado Fernando Coruja (SC), acrescentou que a proposta nãodá "nenhuma segurança de sua constitucionalidade”.