Mantega diz que oferta de crédito está 80% normalizada

24/11/2008 - 21h03

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A oferta de crédito no país melhorou muitoneste mês, em relação a outubro, quando a crise financeirainternacional tornou-se mais aguda. "Não está, ainda, no pontosatisfatório, mas eu diria que está operando cerca de 80% do que estavaantes", afirmou hoje (24) o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aofazer um balanço da reunião ministerial realizada na Granja do Torto.Mantega disse que o país vai ter queda de demanda porconta do menor crédito, mas enfatizou que o governo como um todo estáatento aos impactos setoriais da crise. Razão porque o Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está colocando R$ 10bilhões para capital de giro das empresas, e o Banco do Brasil estácriando linha de crédito de R$ 5 bilhões também para capital de girodas pequenas e médias empresas.O ministro da Fazenda afirmou que neste mês está havendo "umareconstituição" do crédito, comparado a outubro, e acrescentou que oBanco Central vai divulgar números, amanhã (25), nesse sentido: "Vocêsvão ver que o crédito cresceu e que alguns setores passaram a ter umairrigação [de dinheiro] maior".Isso não significa, contudo, que a oferta de créditotenha voltado à normalidade, nos volumes da demanda do mercado, esalientou que os bancos de pequeno e médio portes não voltaram a operarcom oferta de crédito, porque "não têm condições para isso no momento".Ao contrário, esses bancos venderam suas carteiras de crédito, e umaparte do comércio também está comprometida pela diminuição de crédito,e "vamos ter alguma queda de demanda por conta disso", disse Mantega.O ministro da Fazenda destacou que de acordo comprojeção do Fundo Monetário Internacional (FMI) 2009 será um ano piorpara todo mundo, em relação a 2008, porque os países vão crescer menos;inclusive com recessão nos Estados Unidos, Europa e Japão. Mas,seguindo orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Mantegaafirmou que "o Brasil continuará sua trajetória de crescimento, comalguns arranhões, porém podemos continuar sem maiores dificuldades".