Crise não afeta agronegócio brasileiro, afirma representante do setor

19/11/2008 - 15h48

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise financeirainternacional não representa uma ameaça para oagronegócio brasileiro. A afirmação foi feitahoje (19) pelo presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA),Octavio Mello Alvarenga, em entrevista à AgênciaBrasil. “A crise internacional é uma, e a realidade daagricultura brasileira é outra”, disse Alvarenga. Como exemplo, citou o aumento das exportações de carne. Segundo aAssociação Brasileira das IndústriasExportadoras de Carne, no acumulado de janeiro a outubro deste ano,as vendas externas de carne bovina somaram US$ 4,67 bilhões,com aumento de 26,1% em valor em relação ao mesmoperíodo de 2007. As vendas de carneindustrializada também cresceram nesse período: 59% emvalor e 8% em volume. “É uma segurança grande que oBrasil tem nesse sentido”, ressaltou.

Alvarenga disse que, quando secompara a área produzida no Brasil e na Europa, não sepode, nem se deve falar em crise. “Crise têm os banqueiros eaqueles que dependem de banqueiros ou de crédito. Aí,sim, há algumas dificuldades, mas superadas pela competênciae pela capacidade que o setor agrícola brasileiro estádemonstrando de produzir bem.”

O cenário do novo agronegóciobrasileiro traçado pelo presidente da SNA destaca entre ossetores mais dinâmicos do país os relacionados àprodução de carnes, de grãos e de cana-de-açúcare álcool, em função do etanol.

No entanto, Alvarenga apontou osjuros altos praticados no país como um entrave a uma expansãomaior da agricultura nacional. “O juro alto é um empecilho.É uma decorrência da nossa subserviência, àsvezes, à política real dos Estados Unidos”, criticou.

A SNA promove na próximasemana, no Rio, o 10º Congresso de Agribusiness (agronegócio),que reunirá durante dois dias cinco ex-ministros daAgricultura e os maiores produtores agrícolas do país.O tema central do evento é O Novo Agronegócio Brasileiro.