Produção brasileira de biocombustíveis não ameaça a de alimentos, mostra estudo

15/11/2008 - 9h56

Kátia Buzar
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao contráriodo que ocorre nos Estados Unidos, não hácompetição entre a produção debiocombustíveis e a de alimentos no Brasil. A conclusão é da tesede mestrado em Agronegócio de Dora IsabelHernández, estudante da Universidade de Brasília(UnB).De acordo com a tese Efeitos da Produção de Etanol e Biodiesel na Produção Agropecuária do Brasil, o país tem áreassuficientes para produzir cana-de-açúcar e oleaginosasdestinadas, respectivamente, à produção deetanol e de biodisel, sem que seja necessário ocupar terras deoutras culturas, como soja, milho, feijão, algodão earroz. “A agriculturabrasileira pode produzir um bem escasso, a energia renovável,que é mais amigável ao meio ambiente que o petróleo”,assinala o professor da UnB Flávio Borges Botelho, orientador datese defendida por Dora Hernández.Segundo o professor, oBrasil tem espaço para expandir a produção debioenergia sem que isso afete a floresta Amazônica ou aprodução de alimentos em outras regiões. “Vamosconverter basicamente área de pastagem em áreacultivada [com cana e oleaginosas destinadas, respectivamente àfabricação de etanol e biodiesel]."“Já nosEstados Unidos (EUA), eles ocupam a área destinada àprodução de milho, destinada à ração animal, paracultivar o grão que é usado na fabricaçãode etanol”, acrescenta Botelho.