TRF julga recurso de réus do caso Marka/FonteCidam

12/11/2008 - 13h26

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A 1ªTurma do Tribunal Regional Federal (TRF) da 2ª Região,que abrange os estados do Rio de Janeiro e doEspírito Santo, iniciou hoje (12) o julgamentodo recurso dos seis réus do caso Marka/FonteCidam. Entre osenvolvidos está o ex-banqueiro SalvatoreCacciola, condenado em primeira instânciapela Justiça Federal, em abril de 2005, a 13 anos deprisão por crimes de peculato (uso do cargo paraapropriação ilegal de dinheiro), gestãofraudulenta e desvio de dinheiro público.O segredo de justiça doprocesso foi suspenso, e o julgamento foi aberto ao público.O TRF informou que Cacciola éo único réu nos autos que não tem direitode apelar em liberdade, pois estava foragido na Europa. Todos osdemais réus aguardam o julgamento em liberdade.Cacciola chegou ao Brasil em julho deste ano apósser extraditado de Mônaco, onde estava preso desdesetembro do ano passado. Desde então, ele seencontra no presídio de segurançamáxima Bangu 8, do Complexo de Gericinó, o maior doestado do Rio de Janeiro. O caso dos bancos Marka e FonteCidamocorreu em janeiro de 1999, quando o BancoCentral (BC) mudou a política cambial, desvalorizando o real.Esses bancos haviam apostado na alta do real e não tinham comocobrir o prejuízo. Cacciola pediu socorroao BC. Alegando temer uma quebradeira de mercado, o BC vendeudólares abaixo da cotação aosbancos, o que resultou num prejuízo de R$ 1,55 bilhãoaos cofres públicos. A principal alegação para osocorro foi o risco de a quebra provocar uma"crise sistêmica" no mercado financeiro. Oargumento foi rejeitado pelo 6 ª Vara Criminal doRio de Janeiro. Também estão entre osréus o ex-presidente do BC, Francisco Lopes, que pegoudez anos de prisão em regime fechado, aex-diretora de Fiscalização do BC, TerezaGrossi, com pena de seis anos de prisão, e Luiz A. AndradeGonçalves, ex-presidente doFonteCidam. Julgam o processo a juízafederal convocada e relatora do processo, Márcia HelenaNunes, a desembargadora Liliane Roriz e o presidente da sessão,desembargador Messod Azulay Neto. O julgamento ainda está emandamento e a sentença deve sair no final destatarde ou amanhã (13), caso o julgamento seestenda mais do que o previsto. Se forem condenados, todos osapelados poderão recorrer ao Superior Tribunal deJustiça (STJ).