Justiça Federal deve julgar amanhã recurso de Cacciola

11/11/2008 - 15h10

Flávia Villela
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A 1ª Turma doTribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Riode Janeiro e o Espírito Santo, deve julgar amanhã (12),a partir das 10h, o recurso do ex-banqueiro Salvatore Cacciola,condenado pela 6ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro em abril de 2005 a 13 anos de prisão por crimes de peculato(utilizar-se do cargo para apropriação ilegal dedinheiro), gestão fraudulenta e desvio de dinheiro público.A assessoria do TRFinformou que como o processo continua em segredo de Justiça, ojulgamento não deve ser aberto ao público. Entretanto,o segredo de Justiça pode ser suspenso na hora do julgamento. Participarão dojulgamento a juíza Federal convocada e relatora do processoMárcia Helena Nunes e os desembargadores Maria Helena Cisne eAbel Gomes. O ex-banqueiro éo único réu nesse recurso, já que o processo foidesmembrado dos demais acusados quando Cacciola estava foragido naEuropa. Ainda não há previsão de quando ocorreráo julgamento dos demais réus. Cacciola era dono doBanco Marka, que quebrou com a desvalorização cambialde 1999. O banco tinha 20 vezes seu patrimônio líquidocomprometido em contratos de venda no mercado futuro de dólar.O Banco Central socorreu a instituição, juntamente como Banco FonteCindam, vendendo dólares com cotaçãoabaixo do mercado para que não quebrassem. A principal alegaçãopara o socorro foi o risco de a quebra provocar uma "crisesistêmica" no mercado financeiro. Além deCacciola, na mesma ação foram condenados o entãopresidente do BC Francisco Lopes, a dez anos de prisão emregime fechado, e a ex-diretora de Fiscalização do BCTereza Grossi, a seis anos de prisão. Ambos aguardam ojulgamento de recurso em liberdade. Cacciola chegou aoBrasil em julho deste ano após ser extraditado de Mônaco,onde estava preso desde setembro do ano passado. Desde então,ele se encontra no presídio de segurança máximaBangu 8, no Rio de Janeiro. Cacciola ainda poderecorrer ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) caso seurecurso seja recusado pela Justiça Federal.