Crise deixa empresários em alerta, mas não muda planos

11/11/2008 - 19h53

Vinicius Konchinski
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - A crise financeirainternacional e seus impactos na economia brasileira foi o temaprincipal de um seminário promovido hoje (11), em SãoPaulo, pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide). Executivos degrandes corporações discutiram os possíveisefeitos negativos da turbulência econômica em seusnegócios e ressaltaram a importância de tomar medidaspara superá-la. Porém, nenhum deles disse que vaideixar de investir, expandir seus negócios e vender.Luiza Helena Trajano,presidente do Magazine Luiza - rede de lojas que acaba de inaugurar 44unidades na Grande São Paulo -, afirmou que a retraçãode crédito causada pela crise ainda não foi verificadaem sua empresa. “O consumidor é que está temeroso”,complementou ela, em entrevista.Segundo a empresária, o que há em relação ao crédito é uma análise mais criteriosa depedidos de empréstimos e uma redução dos prazosde pagamento. Ela afirmou que isso terá um efeitopositivo no futuro, já que os índices deinadimplência devem cair.Sobre as expectativas para o Natal, Luiza disse que os primeiros dias de dezembro atépodem ter movimento abaixo do esperado, mas as últimassemanas do mês devem compensar a queda nas vendas. “Todomundo quer comprar um presentinho.”O presidente da Nestlé,Ivan Zurita, também afirmou que a crise não vai mudarplanos de sua empresa no Brasil. De acordo com ele, momentos dedesaceleração devem ser encarados também cominvestimentos e é isso que ele pretende promover.Zurita disse, em suapalestra, que a Nestlé deve anunciar atéo final do ano a aquisição de duas empresas nacionais,do ramo de alimentos. “Estamos negociando com duas empresas. Sefecharmos o negócio, vocês [a imprensa]serão informados.”Dos empresários consultados pela AgênciaBrasil, o único que se mostrou pessimista foi João Crestana,presidente do Sindicato da Habitação de SãoPaulo (Secovi-SP). Ele afirmou que o setor daconstrução civil teve que rever suas metas decrescimento para este ano, mas ressaltouque espera somente uma desaceleração e não umaretração.Deacordo com Crestana, de 2007 para 2008, o setor cresceu 30%. De 2008 para2009, era esperado um crescimento de 15% a 20%. Entretanto, com acrise, esse percentual deve ficar em cerca de 10%. “Tivemos querever nossa meta, mas ainda vamos crescer mais que o PIB [Produto Interno Bruto].”