Temporão não descarta nova epidemia de dengue no Rio

10/11/2008 - 19h06

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, rechaçou hoje (10) a tese  levantada por alguns epidemiologistas de que  o município do Rio de Janeiro não teria uma nova epidemia de dengue no próximo verão, uma vez que houve um grande número de pessoas contaminadas no ano passado que estariam imunes agora à doença.

“Eu acho que essa é uma posição acadêmica. É muito fácil você sentar numa cadeira, numa sala confortável em uma faculdade ou universidade, e fazer análises e comentários”, afirmou o ministro durante o 2º Encontro de Prefeitos Eleitos  do estado do Rio de Janeiro, em Petrópolis.

Na avaliação do ministro, essa é uma posição perigosa. Explicou que o  fato de o vírus  ter circulado muito em determinado local não elimina o risco de um novo surto. “Ou seja, isso quer dizer o seguinte: este ano não temos [a doença] e no ano que vem salve-se quem puder?  Eu acho que o erro que o Brasil cometeu durante esse tempo todo foi exatamente essa postura pragmática e, eu diria, meio cínica”.

E assegurou: “Nós temos que trabalhar todos os anos, independente da possibilidade ou não de uma epidemia, para diminuir drasticamente a presença do vetor. Só assim você vai conseguir no médio e no  longo prazos, quem sabe, controlar efetivamente essa doença e erradicá-la”. Temporão não descartou a possibilidade de uma nova epidemia de dengue no país no verão 2009. Segundo o ministro, todos devem estar preparados para o pior. “Se o pior não vier, ótimo. Mas, se vier, nós temos que estar bem preparados para enfrentá-lo”. Segundo ele, o sinal em relação à dengue deve estar sempre amarelo.

 Soldados das Forças Armadas já estão sendo treinados para ajudar no combate contra a dengue. A integração com as Forças Armadas se dá em três dimensões, informou o ministro: capacitação de recrutas em todo o Brasil, para que possam ser usados como um Exército de reserva, em caso de necessidade; apoio a eventuais situações de risco de atendimento em tendas de hidratação e hospitais de campanha; “e os próprios  militares se mobilizando, levando  informação para suas residências e famílias”. No próximo dia 20, lembrou, mil bombeiros do RJ vao receber certificados de treinamento.