Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O boicote proposto pelaUnião Nacional dos Estudantes (UNE) ao Exame Nacional de Desempenho dosEstudantes (Enade), cujas provas foram aplicadas hoje (9), não funcionou no Rio de Janeiro.Os estudantes de faculdades públicas e privadas compareceram em pesoaos locais das provas. Segundo a assessoria do Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas (Inep), organizador do exame, na primeira hora daprova, “pouquíssimas pessoas” apenas assinaram o nome e entregaram aprova em branco. Essa tinha sido a orientação da UNE.A reportagem da Agência Brasil percorreu várioslocais de provas na capital fluminense e apenas em alguns colégios da zona sulhavia representantes da UNE panfletando a favor do boicote ao Enade.“Apesar dos avanços na implantação do SistemaNacional de Avaliação do Ensino Superior [Sinaes], a política de avaliação doMinistério da Educação ainda é insuficiente, por isso, pelo segundo anoconsecutivo, pregamos que o estudante apenas assine e entregue a provaem branco, pois desta forma, ele não sofrerá punição e seu diploma nãoficará retido”, explicou o membro do diretórioestudantil da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Amílcar de Souza, que foi a um dos colégios panfletar.Ele admitiu, porém, que a mobilização para o boicote no Rio não apresentou os resultados esperados.Para Rodrigo da Silva Vasco Pereira, de 22 anos, quecursa Engenharia Elétrica na Universidade do Estado do Rio de Janeiro(UERJ), o boicote ao exame não tem consistência e, por isso, ele nãoaderiu.“Mesmo sendo obrigatório, já que, se não fizer o exameo diploma fica retido, acho que o Enade é importante porque faz onivelamento das faculdades. Também acho que os professores se esforçamem dar um bom curso e isso a gente tem que valorizar”, disse o estudante que fez a prova do exame nacional.No Rio, as provas foram realizadas em 33 dos 92 municípios, com 60.792 estudantes inscritos. O Ministério está avaliando 24.842 cursos de graduação de2.367 instituições de ensino superior no estado.