Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A contenção do processo de favelização no Rio deJaneiro é uma das exigências da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para conceder à cidade o título de patrimônio da humanidade na categoria paisagem cultural.Odossiê sobre a candidatura do Rio, que ganhou hoje (8)apoio de diversas entidades da sociedade civil, ainda não começou a serelaborado, mas o comitê de gestão responsável pelo processo – constituído por representantes dos governos federal, estadual emunicipal – já está preocupado em desenvolver ações para conter ocrescimento desordenado das favelas, principalmente em área depreservação ambiental. O assunto, conforme explicou o superintendente doInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Riode Janeiro, Carlos Fernando Andrade, será tratado em reunião do grupona próxima quarta-feira (12).Para o governador do estado, Sérgio Cabral, queparticipou da cerimônia de apoio à candidatura do Rio, as três esferasde governo passam a ter um papel importante “para mudar o curso dessahistória de ocupação desordenada”.“Tenho certeza que esse é um processo que estáestancado no Rio de Janeiro”, disse Cabral, ao anunciar que em 2009 a Secretaria de Obras do estado terá R$ 2,4 bilhõespara investir nas favelas. O dinheiro será destinado à construção de escolas, hospitais, ruas, avenidas e a obras de saneamento básico.O prefeito eleito do Rio, Eduardo Paes, tambémpresente ao evento, no Forte de Copacabana, afirmou que não vaipermitir a ocupação de áreas de preservação, como as florestas urbanasdos maciços da Tijuca e da Pedra Branca.“É inaceitável que as pessoas continuem ocupando edesmatando, então vamos ser muito rigorosos na preservação desses doismaciços. Agora, em relação ao que já existe, não vamos poder tirar tudoporque já faz parte da paisagem do Rio de Janeiro, mas teremos queconter o crescimento e impedir a expansão das favelas”, acrescentouPaes.De acordo com o representante da Unesco no Brasil,Vincent de Fourny, o dossiê seráa preparado por um grupo constituído portécnicos dos governos federal, estadual e municipal, com a assessoriade especialistas contratados. Depois, será encaminhado pelo governobrasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, ao Centrodo Patrimônio Mundial da organização, em Paris. O resultado só seráconhecido em 2010.