Mortalidade materna ainda é alta no país, aponta estudo

06/11/2008 - 18h08

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Apesar da estabilidadenas taxa de mortalidade materna no país, o número demortes de mulheres em decorrência de causas relacionadas àmaternidade ainda é alto no Brasil.As informaçõesconstam do estudo Saúde Brasil 2007 divulgado hoje (6) peloMinistério da Saúde. De acordo com o documento,problemas de saúde direta ou indiretamente ligados àmaternidade ocupam o 8º lugar entre as causas de morte entre asmulheres em idade fértil.Entre as causas diretasestão a pré-eclâmpsia, a eclâmpsia, otrabalho de parto prematuro e a hemorragia, enquanto sãoconsideradas causa indiretas as doenças que afetam a mulher ese complicam com a gestação, como por exemplo, ahipertensão.“À medida em que vocêmelhora a situação de saúde do país,deseja-se que aumentem as [causas] indiretas e diminuam asdiretas. No Brasil, o nosso perfil ainda é de que a maioria,64%, são causas diretas”, explica o diretor do Departamentode Análises de Situação de Saúde doMinistério da Saúde, Otaliba Libânio.Eleressalta que somados os abortos, mais de 70% das mortes maternas sãopor causas diretas, o que indica “um potencial grande deredução”.Em 2005, foram registradas 53,3óbitos maternos para cada 100 mil bebês nascidos vivos.No entanto, Libânio, destaca que é necessárioaplicar um fator de correção de 1,4 para compensar asub-notificação, já que morte materna nãocostuma ser informada no atestado de óbito.Com isso,taxa sobre para 74,6 mortes a casa 100 mil nascidos vivos, um númerobem superior à média nos países com índicebaixo, girando em torno de 20 óbitos. Libânio acredita que énecessário “melhorar a assistência pré-natal ea assistência ao parto”, para identificar a gravidez de riscoe o acompanhá-la. “Falta informação, faltamserviços que captem essas gestantes na sua região e àsvezes falta qualidade da assistência”, conclui o diretor.