Pesquisa do IBGE mostra aumento da capacidade de financiamento das famílias

05/11/2008 - 15h39

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Acapacidade de financiamento das famílias brasileiras teve umaumento “significativo” entre os anos de 2005 e 2006, conformedados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas asriquezas produzidas no país) de 2006 divulgados hoje (5) peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esseindicador, que passou de R$ 4,9 bilhões para R$ 10,1 bilhõesentre os dois anos, representa o volume de recursos excedentes que asfamílias reúnem provenientes de seus rendimentos apósterem sido descontadas todas as despesas com impostos, consumo entreoutros. De acordo com o gerente da Coordenaçãode Contas Nacionais do IBGE, Carlos Sobral, o aumtento de quase 13%na remuneração das famílias brasileiras foi oprincipal motivo para esse movimento. “Esse incremento ébastante considerável, mas também houve a migraçãode trabalhadores para o mercado formal, conseqüentemente oaumento da produção formal. Esses fatores foramdecisivos.” O estudo revela também que em 2006 asdespesas das famílias com pagamentos de juros aumentaram emrazão do crescimento do crédito. O movimento, noentanto, foi compensado pela alta no rendimento do trabalho. O consumo final das famílias atingiu R$1,396 trilhão naquele ano, também influenciado peloaumento de renda e do crédito, e a poupança delasalcançou R$ 111,8 bilhões. Quanto à participação daadministração pública, o estudo revela que houveaumento de 78,9% na sua necessidade de financiamento, passando de R$61,4 bilhões para R$ 109,9 bilhões entre os dois anos. De acordo com o levantamento, apesar da manutençãoda trajetória crescente da arrecadação deimpostos – com a carga tributária passando de 33,8% do PIBem 2005 para 34,1% em 2006 - o aumento dos investimentos (28,7%) e atransferência de recursos do governo para cobrir o resultadonegativo do Banco Central naquele ano foram as principais causas daelevação da necessidade de financiamento.