Governo pede pressa na votação da reforma tributária

05/11/2008 - 18h57

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ogoverno federal reiterou hoje à base aliada o pedido deaceleração da votação da reformatributária. Segundo o líder do governo na Câmarados Deputados, Henrique Fontana (PT-RS), a expectativa é deque o projeto seja levado a plenário dentro de três ouquatro semanas. Faltam menos de dois meses para o Congresso entrar emrecesso.A reforma tributária foi tratada em reuniãono Palácio do Planalto com o presidente Luiz InácioLula da Silva, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das RelaçõesInstitucionais, José Múcio, líderes da basealiada e o relator e o presidente da comissão especial queanalisa o projeto. “O presidente ressaltou que quer a votaçãoda reforma, que o governo quer votar a reforma e que ela éimportante do ponto de vista da economia do país. Nós,como base, saímos dessa reunião com o compromisso devotar a reforma tributária ainda neste ano”, relatouFontana. .“Espero encontrar apoio inclusive da oposiçãopara votar essa reforma na Câmara Federal ao longo das próximassemanas.”Fontana reconheceu que a pressa é resultadoda crise financeira internacional. No começo de outubro, emreunião do Conselho Político, o presidente Lula haviapedido aos parlamentares aliados para acelerar a votaçãoda reforma tributária e do Fundo Soberano. “Na crise, a reforma cresce de importância.A estimativa dos técnicos da Fazenda, do ministro Mantega, danossa equipe econômica é que o ritmo de crescimento podeaumentar 10% só por conta de uma nova estrutura tributária”,afirmou o deputado, frisando que o projeto simplifica o sistema,reduz a carga tributária de investimentos e sobre a folha depagamentos e acaba com a guerra fiscal. Questionado se a oposição degovernadores influenciaria as bancadas, ele disse que a resistênciamaior é apenas da bancada paulista. “O que sinto éque há uma postura mais crítica de um únicogovernador, que é o de São Paulo [JoséSerra]. Vamos ainda tentar negociar, evidente, com a bancada deSão Paulo”, disse Fontana. O parlamentar reafirmou, no entanto, a urgênciado governo federal: “Temos a decisão de votar. Nãoposso passar dez anos debatendo um assunto para ter unanimidade devotos num plenário. A democracia, às vezes, tambémexige votações e constituição demaiorias.”