Ministra defende melhorias em presídios femininos

27/10/2008 - 19h46

Katia Buzar
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sistema prisionalbrasileiro deve oferecer melhores condições para ocumprimento de pena pelas mulheres presas, defende a ministra daSecretaria Especial de Políticas para as Mulheres, NilcéaFreire. De acordo com ela, as detentas ainda não têmdireito a visitas íntimas – o que já égarantido aos homens há mais de 20 anos – e nem normas queregulamentem o tempo de amamentação para aqueles quetêm bebês recém-nascidos.Os dois temas foramdiscutidos hoje (27) pelo grupo de trabalho interministerial criadopara reorganizar e reformular o sistema prisional feminino. Oencontro, que termina amanhã (28), conta com a participaçãode representantes dos países do Mercosul, que tambémdiscutem estratégias para melhorar as prisõesfemininas.De acordo com NilcéaFreire, o sistema carcerário brasileiro revela totaldesrespeito aos direitos humanos. “O quadro é ainda maisperverso se olharmos a situação da mulher”, afirma aministra. Segundo ela, há desigualdade de gênero entreos presos.A situaçãose torna ainda mais preocupante, segundo as defensoras dos direitosdas mulheres, por causa do aumento do número de presas noBrasil. Nos últimos dez anos, dobrou o número demulheres presas, que hoje é de cerca de 27 mil em todo o país.“É um fenômenosocial, e 43% delas estão presas por tráfico dedrogas. Muitas entram no tráfico por causa do marido”,analisou o diretor de Políticas Penitenciárias, AndréLuiz Cunha.A situaçãonão é muito diferente nos países vizinhos, deacordo com representante da Argentina, Maria Santos. “Em geral, osdelitos cometidos pelas detentas não são violentos etambém estão ligados ao narcotráfico.”