Coiab defende educação bilíngüe nas escolas da Amazônia

28/08/2008 - 6h54

Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A coordenadora de Infância e Juventude da Coordenação dasOrganizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) em Rondônia,Waldeíza Karitiana, defendeu esta semana, em Manaus, a educaçãobilíngüe nas escolas de ensino fundamental na região amazônica. Paraela, os poderes públicos municipal e estadual precisam reforçar essamodalidade de ensino nas escolas da Amazônia, sob pena de prejudicar apreservação da cultura indígena no país.

"Achoque as crianças do ensino infantil deveriam aprender mais sobre aslínguas indígenas. Tem criança indígena que nasce na cidade e que jánão sabe mais falar a língua de seus pais. Manter essas línguas é omais importante para preservar a cultura e a tradição de nossos povos",declarou.

Waldeíza Karitiana participa nesta semana em Manaus da programação desenvolvida pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no seminário Articulação da Agenda Criança Amazônia. Ela ressaltou sua preocupação com a violência queatinge mais de 59 etnias em Rondônia. "Nossos povos estão sofrendocom a violência física. Tem havido seqüestros de indígenas e muitasoutras situações que deixam nossos povos ameaçados", disse.

Emtoda a Amazônia, há cerca de 9 milhões de crianças eadolescentes. O percentual representa praticamente 40% da população daregião. Dados da educação, segundo o Unicef, revelam que a Amazôniaainda registra as menores proporções de crianças em creches epré-escolas, 8% e 64,2%, respectivamente. Nessa região, mais de 92,2mil adolescentes são analfabetos e cerca de 148 mil crianças eadolescentes, entre 10 e 14 anos, estão fora da escola. As criançasnegras e indígenas estão entre os piores indicadores.