Para secretário, recuperar lixões é prioridade do governo

27/08/2008 - 7h15

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O secretário nacional de Saneamento Ambiental, Leodegar Tiscoski, disse que a ação que requer mais urgência do governo federal no que diz respeito ao manejo de resíduos sólidos é destinar recursos e apoiar os municípios para a recuperação dos lixões - que são mais de 1,5 mil em todo o país -  com a construção ou manutenção de aterros sanitários. “É o mais grave, porque esses lixões já estão aí, muitos ainda em funcionamento, e há necessidade de recuperar toda essa área que já está com problemas de agressão [ao meio ambiente], com chorume, gases e tudo o mais”, afirmou o secretário, em entrevista à Agência Brasil.Segundo dados do Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, que reuniu informações de 247 municípios onde está concentrada quase 50% da população - e que vai ser divulgado hoje (27) pelo Ministério das Cidades - 61% do lixo coletado nessas cidades vai para aterros sanitários, “o que é o ideal”. Os aterros controlados - que têm uma estrutura melhor do que os lixões, mas onde há o trabalho de catadores - recebem cerca de 25% do lixo. Já o lixões ficam com 13,6% do material coletado, nos municípios que repassaram informações para o diagnóstico. Tiscoski ressaltou, no entanto, que a amostra analisada representa, em grande parte, cidades maiores, grandes centros urbanos, enquanto a maioria dos lixões ainda está nas cidades pequenas e médias.Outro problema que preocupa o secretário é que das 532 unidades de aterro sanitário catalogadas no estudo e que passaram informações sobre licenciamento ambiental, apenas 39% têm algum tipo de licença dos órgão de meio ambiente.Ele espera que, com a lei que institui o Sistema Nacional de Resíduos Sólidos -  “fundamental porque vai regulamentar o setor” - que tramita na Câmara dos Deputados, seja possível destinar recursos e apoiar os municípios, para que possam elaborar seus planos de saneamento.Uma das alternativas para a viabilidade de aterros sanitários é a construção de aterros consorciados entre municípios próximos. É um modelo que já existe em alguns locais do Brasil, como Timbó e Uruçanga, em Santa Catarina. Cada município reciclaria o que fosse possível e o restante iria para um aterro compartilhado. “Isso vai reduzir a área de impacto e otimizar em termos de utilização de equipamentos”, destacou o secretário.