Juros do cheque especial são os mais altos desde agosto de 2003, segundo BC

25/08/2008 - 19h12

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os juros do cheque especialaumentaram de 159,1% ao ano, em junho, para 162,7% ao ano, noencerramento de julho. Com o aumento de 3,6 pontospercentuais, o cliente bancário, que não pôdefugir do cheque especial, pagou o juro mais alto da modalidade desdeagosto de 2003, quando fechou em 163,9%. Os dados são do relatóriode Política Monetária e Operações de Créditodo Sistema Financeiro, elaborado pelo Departamento Econômico doBanco Central (Depec/BC).Dados preliminares referentes àsduas primeiras semanas deste mês indicam juros ainda maisaltos, em todas as modalidades de crédito, segundo o chefe doDepec, Altamir Lopes. O aumento de juros, no mêspassado, se deu em todas as modalidades de crédito parapessoas físicas. No crédito pessoal, o juro passou de51,4% ao ano, registrado em junho, para 53,6%. Na aquisiçãode veículos, subiu de 31,1% para 33,5%. Nos financiamentos de outros bens, osjuros passaram de 56,7% para 57,9% ao ano. Até as operaçõesde crédito consignado em folha de pagamento, consideradas derisco zero, foram corrigidas de 27,7% para 28,4% ao ano.Os juros para pessoa jurídica(empresas) também cresceram para desconto de duplicatas (de38,5% para 39,4%), capital de giro (de 30,4% para 32,1%), contagarantida (de 68,8% para 70,7%) e aquisição de bens (de17% para 17,8%).A única modalidade cujo jurocaiu na comparação mensal foi o desconto depromissórias: de 49,3% para 48%.O motivo para o crescimento das taxasde juros, de acordo com Lopes, foi o aumento do spreadbancário, a diferença entre o custo de captaçãoe a concessão do empréstimo. O spread subiu de34,7 para 36,6 pontos percentuais para pessoas físicas, nacomparação mensal, e passou de 13,9% para 14,5 pontospercentuais nas operações com empresas.Os aumentos são tambémdecorrentes da elevação da taxa básica de juros(Selic), que evoluiu de 11,25% ao ano, no início de 2008, paraos atuais 13%, conforme explicou na semana passada, no Rio deJaneiro, o presidente da Associação Nacional dos Bancosde Investimento (Anbid), Alfredo Setúbal. Setúbal estimou que aindaocorra mais dois reajustes, de meio ponto percentual, nas próximasreuniões do Comitê de Política Monetária(Copom) do Banco Central.