Volatilidade deve permanecer no mercado de capitais até o fim do ano, diz Ibri

18/08/2008 - 20h59

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A crise econômica mundial não tem nenhuma relação direta com as empresas e bancos brasileiros. Segundo afirmou hoje (10) à Agência Brasil o presidente executivo do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), Geraldo Soares, as quedas que vêm sendo registradas na Bolsa de Valores de São Paulo  (Bovespa)  resultam de um movimento efetuado por grandes investidores  estrangeiros, “que compraram ações de empresas  brasileiras há muitos anos e precisam fazer caixa hoje. Precisam de recursos financeiros”.Soares informou que esses fundos internacionais vendem ações de empresas que têm liquidez – “É  fácil vender” -  e que geram um ótimo lucro. Esse é o impacto que algumas empresas nacionais estão sentindo atualmente, indicou.O presidente do Ibri ressaltou, contudo, que não são todos os fundos estrangeiros que estão  vendendo ações brasileiras. “São investidores estrangeiros que têm ações há muito tempo. Já tiveram um bom lucro na aquisição daquelas ações. Então, na hora em que eles precisam de caixa, vendem essas ações, porque é fácil vender.  São ações líquidas, conhecidas internacionalmente.” Reiterou que simultaneamente estão entrando novos investidores internacionais no mercado, que estão adquirindo posições dos que estão saindo, bem como investidores nacionais. “Está havendo um movimento cíclico apenas.”Soares acredita que no segundo semestre ainda haverá  certa volatilidade no mercado. “Hoje, o mercado está pessimista. Qualquer notícia é olhada pelo lado ruim. E isso acontece no mundo todo”. No final deste ano, entretanto, ou a partir do início de 2009, a expectativa é que a bolsa entre em um patamar mais estável. “O resultado das empresas brasileiras está muito bom e isso vai refletir na bolsa, com certeza”. O crescente processo de  internacionalização e diversificação das companhias brasileiras, além do lucro apresentado, são notícias positivas, salientou.O presidente do Ibri afirmou que o mercado de capitais brasileiro passou por uma revolução junto ao público nos últimos três a quatro anos. Nesse sentido, destacou o trabalho  educacional e cultural realizado pela Bovespa, por meio do programa “A Bovespa Vai até Você”, que levava até o investidor pessoa física no local de trabalho, estudo ou lazer informações sobre o funcionamento do mercado de capitais, com o objetivo de popularizar esse mercado.

 

“Melhorou muito o entendimento do mercado de capitais junto à classe média brasileira.  Mas tem um enorme espaço ainda  de conquista nessa área junto à população brasileira, para ela conhecer o mercado de capitais como uma real alternativa de investimentos”.