Brasil é o país mais dependente da importação de fertilizantes, diz ministro

18/08/2008 - 18h40

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil importaatualmente cerca de 60% dos produtos usados na fabricaçãode adubos - fósforo,nitrogenados e potássio. O volume está bem acima do queé importado por outros países com elevada produçãode alimentos. A afirmação foi feita hoje (18) peloministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, após reuniãoda Câmara Temática de Insumos Agropecuários,realizada no Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento (Mapa)."Entre os grandes produtoresagrícolas do mundo, o Brasil é o que está maisdependente da importação de adubos, longe do segundolugar. Normalmente, os grandes países produtores sãoauto-suficientes ou têm uma dependência de 10% a 20%. OBrasil tem uma dependência extremamente elevada", disseStephanes.Segundo o ministro, nãohá como mudar a situação a curto prazo, namedida em que não houve investimentos anteriores para reduzira dependência. "Estamos pensando numa estratégia demédio e longo prazo, o que não foi feito no passado.[Se tivesse] não estaríamos, talvez, tãovulneráveis como estamos em relação tanto aopreço como até ao abastecimento."Paraminimizar a situação imediata, disse Stephanes, oministério tem estimulado a criação deorganizações de cooperativas para que façamimportações diretas e também realizem a misturados três produtos.Ele informou ainda queo Brasil pretende fazer parcerias com outros mercados para produziressas matérias-primas. "O Egito, por exemplo, vaiaumentar sua produção de fósforo e estáinteressado em encontrar parceiros na exploração dassuas minas e fazer contratos de médio e longo prazos parafornecimento do produto. Temos mais três países queestão em situação idêntica ao Egito",afirmou.Na semana passada, osecretário de Relações Internacionais doAgronegócio do Mapa, Célio Porto, disse que uma missãode técnicos e empresários seria enviada ao norte daÁfrica, "onde haveria grandes produtores dos trêsfertilizantes." Em relaçãoao potássio, cuja dependência brasileira das importaçõeschega a 91%, Stephanes disse que é preciso fazer análisesmais profundas, técnicas e ambientais sobre as minas dosestados de Amazonas e Sergipe, mas levantou a possibilidade de umaumento da produção argentina, que poderia vir para oBrasil."Há a possibilidade de se acertar com aempresa Rio Tinto a aceleração do cronograma deexploração das minas de potássio da Argentina,porque aí elas poderiam, via Rio Paraguai, abastecer oCentro-Oeste brasileiro, já que nós temos ali um fretede retorno, porque exportamos minérios por aquela hidrovia eas barcaças voltam vazias", explicou.Para a safraque começa a ser plantada agora, o ministro disse que osfertilizantes representarão entre 30% e 50% dos custos deprodução, dependendo da região. O valor variaporque, como a dependência das exportações éalta, quanto mais distante dos portos marítimos, maior seráo preço final do produto.