Mantega diz que o pior da inflação passou

13/08/2008 - 18h31

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda,Guido Mantega, disse hoje (13), que "o pior da inflaçãojá passou". Segundo ele, a alta no preço dascommodities, os bens primários com cotaçãono mercado internacional, está sendo revertida, o que podefazer o país fechar 2008 com a inflação dentrodas margens da meta. O teto estipulado pela equipe econômica éde 6,5%."Chegamos ao cumeda montanha, daqui para frente, a tendência é que osíndices sejam cada vez menores", disse. O ministro citoua queda nos preços do petróleo, cujo barril caiu demais de US$ 140 para US$ 115, nas últimas semanas.Ele tambémlembrou que alimentos que pressionaram a inflação nocomeço do ano - como trigo, milho e arroz - tambémestão com os preços em queda. Segundo o ministro, asadaptações feitas pelo Brasil para enfrentar a inflaçãoestão dando certo, dentre elas a destinação de0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) aoFundo Soberano do Brasil, para conter a demanda econômica.Para o ministro, osúltimos índices mostram que o Brasil está tendouma das menores inflações do mundo. "Dos paísesque adotam a meta de inflação, o Brasil é oúnico que está dentro das margens. Todos os outros jáextravasaram [a meta]", afirmou.Mantega, porém,ressaltou que o governo precisa tomar cuidado com a dose das medidaspara não comprometer o crescimento econômico. "Énecessário desaquecer a economia, mas com cuidado para mantero crescimento sustentável", advertiu.O ministro fez oscomentários sobre inflação depois de reunir-secom 29 empresários do Fórum Nacional da Indústria,na Confederação Nacional da Indústria (CNI). Noencontro, ele abordou a conjuntura econômica e tirou dúvidassobre a criação do fundo soberano. Na avaliaçãodo presidente da Confederação Nacional da Indústria(CNI), Armando Monteiro Neto, a reunião permitiu ao setorentender melhor como o fundo funcionará. "A discussãosugere que esse excedente poderia ser aplicado fora do país,mas, na realidade, a idéia [da equipe econômica]é exatamente reforçara necessidade de poupar para fortalecer a âncora fiscal[contenção de gastos públicos]",explicou.Monteiro Netoaproveitou o encontro para elogiar o esforço fiscal do governoem 2008. "Como a CNI valoriza muito a estabilizaçãoda economia pela âncora fiscal, quero registrar que os dadostrazidos pelo ministro foram positivos. O Brasil quase teve superávitnominal. As metas de superávit primário foram atéampliadas e o comportamento de algumas despesas de custeio tambémfoi positivo", destacou.De janeiro a junho, osetor público, formado pela União, estados, municípiose empresas estatais, registrou déficit nominal de R$ 1,9bilhão, o que equivale a 0,14% do PIB. No mesmo períododo ano passado, esse resultado havia sido de R$ 7,2 bilhões,0,59% do PIB. O déficit nominal é o rombo nas contas dosetor público, após o pagamento dos juros da dívidapública.