Consumo de álcool cresce mais de 52% no primeiro semestre

13/08/2008 - 20h32

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - De janeiro a junho, oconsumo de álcool combustível no país cresceu52,9% e já se igualou ao da gasolina.A AgênciaNacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis(ANP) aponta que esse crescimento foi motivado pela retraçãomédia de 12,1% no preço do litro do combustível,que passou de R$ 1,70 para R$ 1,50 nas bombas.“O álcool estáfuncionando como uma âncora e vem segurando o preço dagasolina. A despeito da gasolina ter tido um aumento na refinariaautorizado pelo governo, este aumento não se refletiu nabomba. Pelo contrário, a gasolina até caiu de preço”,disse o superintendente de Abastecimento da ANP, Edson Silva. Os dados indicam que oconsumo de álcool hidratado no país subiu de 3,9bilhões de litros para 6 bilhões de litros do primeirosemestre de 2007 para o segundo semestre de 2008. Já a demandapelo álcool anidro, que é misturado à gasolina,aumentou de 2,74 bilhões de litros para 3 bilhões delitros no período, um aumento de 9,82%. O consumo degasolina A – sem a mistura do álcool - caiu de 9,1 bilhõesde litros para 9 bilhões de litros, uma queda de 1,59%. Oconsumo do óleo diesel aumentou no semestre 9,8%, e continualiderando a matriz energética veicular do país com61,2% do mercado. O consumo de GNV (gásnatural veicular) retraiu no período 1,3%. “Eu não tenhodúvidas de que, mais do que uma política de governo, oque vem segurando o aumento no preço da gasolina nasrefinarias é o crescimento do consumo de álcool nopaís, que apresenta melhor preço e a possibilidade decom o carro flex o consumidor escolher qual combustívelé mais vantajoso ao abastecer o seu veículo”,explicou Silva. De acordo com a ANP, amaior oferta e o melhor preço do álcool nas bombas têmlevado a uma mudança significativa na matriz energéticado país, do ponto de vista do consumo de combustíveis.Segundo a agência,os biocombustíveis já respondem hoje por 18,5% doconsumo no Brasil, e a tendência é de que com o B3(mistura do diesel mineral com o vegetal), que entrou em vigor nosegundo semestre, esta participação chegue a 20% emdezembro.“Todas as variáveisapontam neste sentido. Não há cenário de aumentono preço do álcool, não há cenáriode diminuição da oferta. e ainda por cima há umcenário que aponta para o aumento da oferta de veículosflex. Então, esse crescimento da participaçãodos biocombustíveis na matriz energética tende a seconsolidar, e nós podemos afirmar que com o B3 eles podem seaproximar e até ultrapassar os 20% na matriz energéticado país”, afirmou.