Ministro boliviano diz que país está na iminência de um golpe de estado

07/08/2008 - 17h42

Da Agência Brasil

Brasília - O ministro daPresidência da Bolívia, Juan Ramón Quintana,denunciou hoje (7) a utilização de recursos públicospara financiar atos de violência, com o objetivo de impedir queos eleitores participem do referendo revogatório marcado parao próximo domingo (10).Para Quintana, essa atitude éum complô não apenas contra o governo, mas contra aConstituição boliviana. As informaçõessão da Agência Boliviana de Información (ABI), órgãooficial do governo. Segundo o ministro, opaís encontra-se no início de um “verdadeiro golpe deestado contra a ordem constitucional”. Para ele, a estratégiajá não é oprimir a realização doreferendo, mas derrubar o presidente da República edesequilibrar a ordem democrática. De acordo com a ABI, asdeclarações foram dadas na manhã de hoje àemissora de rádio Patria Nueva. Quintana comparou o uso derecursos das prefeituras dos departamentos (estados) de Beni, Pando,Santa Cruz e Tarija para financiar a violência com os golpes deEstado registrados nos anos 80. “Para qualquercidadão de qualquer outro país onde se vive emdemocracia, o que hoje em dia estão fazendo os prefeitos nãoé nada mais que um ato de revolta, de desacato, de organizaçãode forças ilegais, paramilitares, para atentar contra todas asliberdades públicas”, declarou o ministro. O ministro tambémpediu que a população se mantenha mobilizada parachegar ao próximo domingo em um ambiente democrático,lembrando que o referendo é a única ferramentademocrática para resolver os conflitos do país de formapacífica. No dia 10 de agosto, apopulação boliviana participará do referendorevocatório presidencial, no qual decidirá se opresidente Evo Morales deve permanecer na chefia do governo, assimcomo os governadores de nove departamentos (estados).