Governo quer diversificar meios de transporte de cargas

11/06/2008 - 14h01

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O investimento centradonas últimas décadas principalmente em rodovias foi umerro. A afirmação é do ministro dos Transportes,Alfredo Nascimento, que participou hoje (11) da abertura do terceiroseminário Brasil nos Trilhos, organizado pela AssociaçãoNacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF).Ele destacou que, no entanto, antes de se investir em outra opçãode transporte como ferrovias, foi necessário recuperar asrodovias, responsáveis por 60% do transporte de cargas nopaís. "Estabelecemoscomo prioridade recuperar aquilo que nós possuíamos eque era mais eficaz e mais utilizado para o transporte de carga. Noinício de 2005, fomos intensamente criticados porque estávamosfazendo a operação tapa-buracos. Ora, quem lida comisso sabe que operação tapa-buracos, nada mais édo que a manutenção das rodovias", disse oministro. "Agora nós montamos um projeto que prevê arecuperação dos investimentos em hidrovias e ferrovias.Nosso expectativa é de que, até 2025, tenhamos umequilíbrio de, aproximadamente, 30% entre os modais, para queo Brasil ganhe mais competitividade com seus produtos exportados",acrescentou. Segundo Nascimento, ferrovias e hidrovias são modais detransporte mais baratos. "Se o custo do transporte cair, o nossoproduto ganha competitividade lá fora e vamos ter umacapacidade muito maior de exportação",explicou. O ministro lembrou que, em 2005, o modal rodoviário eraresponsável por 58% do transporte de carga, seguido peloferroviário (25%), aquaviário (13%), dutoviário(4%) e aéreo (0,4%). Até 2025, a expectativa éque o modal rodoviárioresponda por 33% do total, o ferroviário por 32% e oaquaviário por 29%.Nascimento disse que, atualmente, há uma "excessivacentralização de cargas no Sul e Sudeste do país.O que significa que temos portos com gargalos sérios, comvolume de cargas além da possibilidade". Para o ministro, quandohá acúmulo de grandes volumes de carga, corre-se orisco de uma prestação de serviço ruim aousuário, o que contribui para que aumente o custo Brasil e osprodutos nacionais percam competitividade. “O que pretendemos éinterligar todos os serviços", disse. Ele citou, como exemplo de proposta de interligação, aligação entre a Rodovia Norte/Sul àTransnordestina. "Os produtos poderão ser transportadospor três novos portos: Pecém, no Ceará, Suape,em Pernambuco, além de Itaqui, no Maranhão",concluiu.