Lobão diz que ouvirá Dilma, mas não será "tutelado"

21/01/2008 - 18h20

Marco Antônio Soalheiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na cerimônia em que recebeu o cargo de ministro de Minas e Energia, Edison Lobão negou que tenha qualquer problema de relacionamento com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Ele elogiou o trabalho de seus antecessores no cargo e definiu Dilma como “profunda conhecedora” do setor elétrico por quem teria amizade e admiração.“Pela posição que ela [Dilma] exerce na coordenação do Programa de Aceleração do Crescimento, sempre que necessário, vou ouvi-la. Ela será uma fonte significativa de consulta de qualquer ministro que se sente nesta cadeira”, disse o novo ministro. Apesar de admitir consultar a ministra, Lobão lembrou que "ninguém tutela o ministro de Minas e Energia, que não seja o presidente da República".Lobão também ressaltou que a ministra jamais indicou ou vetou alguém na montagem de sua futura equipe de trabalho. O novo ministro disse ainda orgulhar-se da condição de político, ao rechaçar críticas no sentido de que ele não teria conhecimento sobre o setor de energia.“O técnico é o detentor do saber; e o político, da sabedoria. Um e outro fazem a combinação perfeita”, citou, lembrando palavras atribuídas a Milton Campos, governador de Minas Gerais no final dos anos 40. “O presidente Lula nomeia para ministro um administrador que consiga juntar técnicos e auxiliares numa obra de governo. É esse o papel me cabe.”Em seu pronunciamento, o novo ministro não fez menção a qualquer possibilidade de um novo racionamento de energia no Brasil. Ele afirmou que o Brasil é um país privilegiado em fontes energéticas, com grande potencial ainda inexplorado. “Faremos tudo que estiver a nosso alcance para ajudar o presidente Lula a manter o ritmo de crescimento do país, gerando prosperidade, oportunidades e trabalho para todos”, declarou Lobão.Participaram da cerimônia de transmissão de cargo cerca de 300 pessoas, entre elas senadores, ministros e governadores.