Mylena Fiori
Enviada especial
Montevidéu (Uruguai) - Um recital às margens do Rio da Prata marcou a abertura da Cúpula dos Povos pela Soberania e pela Integração Sul-americana, Todos os Povos, Toda a Esperança, ontem (16) à noite. Hoje durante todo o dia, às vésperas de mais uma Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, organizações sociais sul-americanas farão um balanço político sobre a conjuntura da região, avaliarão o atual momento do processo de integração regional e debaterão alternativas de integração. Convocada pela Aliança Social Continental do Cone Sul, a Cúpula dos Povos pretende ser uma instância de articulação de um movimento regional pela integração com foco nos povos sul-americanos. Um dos eixos centrais de debate será resistência ao livre comércio, às instituições financeiras e ao neoliberalismo e alternativas de integração.Os movimentos pretendem analisar os diferentes processos atuais de integração: Mercosul, União das Nações Sul-Americanas (Unasur, antiga Comunidade Sul-Americana de Nações), Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) e o Tratado de Comércio dos Povos (TCP) proposto pelo governo boliviano como alternativa aos Tratados de Livre Comércio (TLCs).Outro tema em debate será a desmilitarização da região, com ênfase em leis antiterroristas, bases militares e controle territorial no Cone Sul. No painel sobre Energia e Recursos Naturais, devem entrar em pauta a soberania energética dos povos, as dívidas de Itaipu e Yacyretá, agrocombustíveis, integração energética e Aqüífero Guarani.Também integram a agenda de diálogo dos movimentos sociais sul-americanos questões como a impunidade das violações de direitos humanos, a mercantilização da educação na América do Sul e a conversão da dívida externa em investimentos em educação.