Brasil, EUA e União Européia discutem política tarifária em teleconferência

28/10/2005 - 19h48

Brasíia, 28/10/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil participou hoje de teleconferência com os governos dos Estados Unidos e da União Européia, para discutir a política de tarifas no mercado internacional, especialmente na importação de produtos agrícolas. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse em entrevista coletiva que os Estados Unidos propõem redução média de 65% nas tarifas atuais, enquanto a União Européia quer reduzir em média 39% no
seu sistema de faixas, segundo os cálculos do Brasil.

"Aguardamos com grande interesse que a União Européia apresente, ainda nesta semana, sua contribuição sobre acesso a mercados, contemplando uma efetiva abertura de mercado para os produtos agrícolas, in natura e processados, dos países em desenvolvimento", acrescentou. As negociações do Brasil se destinam a fechar entendimentos para serem levados à reunião da Organização Mundial do Comércio em dezembro, em Hong Kong.

Durante a entrevista, Amorim apresentou mensagem enviada no dia 25 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos presidentes de quatro países europeus (França, Itália, Espanha e Portugal) e ao da Comissão Européia, Durão Barroso, pedindo apoio para a redução significativa nas tarifas e barreiras não-tarifárias. Na mensagem, Lula destaca a necessidade de os entendimentos chegarem a bom termo, pois as negociações estão num "momento crítico". E manifesta preocupação "com a perspectiva de possível paralisação nas negociações sobre agricultura, na reunião de Hong Kong".

A União Européia é o maior importador mundial de produtos agrícolas e "sua posição nas negociações dará a medida das contribuições que os demais países poderão realizar nesse tema", acrescenta a mensagem. O presidente destaca ainda que a posição que for manifestada pela União Européia estimulará outros parceiros, "especialmente os Estados Unidos, a fazerem movimentos adicionais que consideramos indispensáveis, no que toca a subsidios internos".