Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou na Operação de Natal 65 mortos em acidentes nas estradas. Os números de acidentes aumentam sempre no final de ano em relação a outros meses, quando há um maior volume de veículos nas estradas. Para o assessor de comunicação da PRF, Ricardo Torres, a situação poderia ser diferente se houvesse mais respeito à legislação de trânsito e uma preparação dos condutores voltada também para o trânsito rodoviário. Torres concedeu hoje entrevista à NBR, o canal de notícias de TV a cabo da Radiobrás.

"O motorista, quando está no centro de formação do condutor para ser habilitado pelo Detran, só é preparado para o trânsito urbano. O rodoviário é completamente diferente e está sendo deixado de lado", disse. Ainda na avaliação de Torres, fatla mais consciência por parte dos motoristas no sentido de dirigir com responsabilidade.

Para ele, a cultura de levar vantagem, tradicionalmente imputada aos brasileiros, também é fato no trânsito rodoviário. "É aquela cultura retrógrada de levar vantagem em tudo, ultrapassando para chegar logo, transgredindo as regras mínimas de segurança de trânsito que, muitas vezes, leva ao acidente", lamentou.

Torres defendeu a aplicação do capítulo 6 do Código de Trânsito Brasileiro que prevê educação para o trânsito em todos os níveis da formação educacional, desde a pré-escola até o ensino universitário. "Isso formaria uma consciência comum, cidadã, desde a educação mais tenra da idade até a formação do adulto", observou.

Segundo Torres, vive-se uma guerra urbana no trânsito diariamente. "Para que se tenha noção da gravidade dessa situação, basta saber que 69% dos leitos de hospital público são ocupados por vítimas de acidente de trânsito", concluiu.