Meirelles: governo expande acesso da população de menor renda aos serviços bancários

08/10/2004 - 19h19

Arthur Braga
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje, durante evento organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista, que o Governo vem tomando medidas para expandir o acesso da população de menor renda aos serviços bancários por meio de corporativismo de crédito, do micro-crédito e de correspondentes bancários.

Segundo ele, há muito campo para esse crescimento, já que menos de 60 milhões de brasileiros possuem contas bancárias, quase 30 % dos municípios no país não têm agência bancária e cerca de 1.400 cooperativas de crédito, existentes no país, oferecem serviços básicos, apenas para cerca de 1,5 milhão de pessoas, em sua maior parte residentes nos centros urbanos.

Meirelles fez a avaliação durante sua participação no encontro que discutiu a "Eficiência e Conveniência em Serviços Bancários" (Cisb 2004), organizado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na capital paulista,para um público de cerca de 150 pessoas, formado por executivos e diretores de bancos

Entre as medidas para reduzir essa limitação aos serviços bancários, Meirelles ressaltou a ampliação dos correspondentes bancários com as agências dos Correios, supermercados, casas lotéricas e outros estabelecimentos comerciais: "Hoje, já existem 30 mil pontos de atendimentos em todo o país. Com a expansão dos correspondentes bancários, pelo menos 3.500 municípios agora têm acesso aos serviços do sistema financeiro".

Meirelles lembrou que o crescimento da economia vem ocorrendo também por meio do setor de serviços, que garante condições aos países de crescer com taxas elevadas. De acordo com o presidente do Banco Central, o setor financeiro "vive um momento importante no Brasil", e com uma característica "inédita e importante", já que soma a modernização da economia com políticas de inclusão social, uma das prioridades do Governo Lula, e nesse processo cabe ao BC estimular a inclusão financeira.

Ele defendeu um sistema financeiro que crie condições de interagir com a sociedade, com uma regulação eficiente, maior competitividade e transparência: "A regra do jogo é clara, queremos uma oferta maior de produtos bancários, eficientes , seguros e baratos, acessíveis a toda a população", declarou.