Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio – A capital carioca terá 18 Pontos de Cultura, o programa do Ministério da Cultura para incentivar pólos de cultura por todo o país. Um deles é a Escola de Jongo da Serrinha, no Morro da Serrinha, uma favela centenária de Madureira, subúrbio do Rio. O jongo, manifestação musical e de dança, foi trazido para o Brasil pelos escravos angolanos e acabou se chegando à cidade do Rio com africanos após o fim da escravidão, a maior parte do interior do estado. Apesar de ter se instalado em vários locais do Rio, atualmente o Jongo permanece apenas na Serrinha. A Escola é o projeto educacional principal da ONG Centro Cultural Jongo da Serrinha.
A coordenadora do Centro, Dyonne Chaves Boy, disse que a escola funciona desde 2001 e agora, além de reformada vai receber equipamentos que vão permitir a criação do acervo de depoimentos considerados verdadeiros patrimônios. "Na Serrinha tem muitos idosos. Tem moradores lá de quase cem anos. A memória dessas pessoas são tesouros e a gente vai ter os próprios equipamentos para gravar a memória delas. Isso é um fato muito importante que o Ponto de Cultura vai trazer para a Serrinha", explicou Dyonne.
O projeto trabalha com 150 crianças e jovens de 4 a 24 anos. O Centro Cultural oferece ainda aulas de português, matemática, informática e oficinas culturais. O Morro da Serrinha, que atualmente tem sete mil moradores, segundo Dyonne Chaves Boy entrou no ano passado em processo de tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN).