Brasília, 14/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governo federal está desenvolvendo um plano para combater o abuso, a violência, a exploração sexual e o tráfico de seres humanos no Norte do país. "Está sendo feito um planejamento para toda essa região porque não basta fazer uma repressão episódica, como prender caminhoneiros ou donos de motéis", observou o ministro Nilmário Miranda, da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Segundo ele, o plano também vai trabalhar na prevenção com as famílias das meninas que fazem programas "que, muitas vezes, consentem a exploração por causa da situação de miséria".
O plano, de acordo com Nilmário, prevê ainda programas que dêem alternativas para as meninas que já estão envolvidas na exploração sexual. "Vamos chamá-las para outros caminhos. Tem que ser uma atividade de prevenção, de políticas sociais, de reparação dos danos, ou seja, trata-las como vítimas, e de repressão", resumiu.
Questionado sobre o problema das crianças desaparecidas, o ministro disse que foram assinados dois acordos, no ano passado, em comemoração aos 13 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: um com os Correios e outro com a Petrobrás, que serão parceiros na luta pela localização dessas crianças. "Vamos espalhar cartazes com fotos das crianças desaparecidas em todas as agências dos Correios e nos postos da BR". Ele lembrou que o site de crianças desaparecidas da secretaria foi premiado "como experiência avançada. Apesar de eu achar que ele ainda atinge muito pouco, mas com essas novas parcerias vamos avançar muito".
Nilmário Miranda disse ainda que é dentro de casa que acontecem as grandes violências contra as crianças. "Os próprios parentes são os responsáveis pela violência, seja sexual ou física", declarou. Por isso, a Secretaria está trabalhando em um sistema de defesa das vítimas de violência, criando Centros de Atendimentos a essas pessoas. Ao todo, 16 estados já têm esses órgãos "Logo teremos em todos os estados e estamos estimulando os municípios a fazerem a mesma coisa: instituírem esses Centros". De acordo com Nilmário, a vítima de violência sofre um trauma e, por isso, há a necessidade de dar assistência e apoio a essas pessoas.
