Governadores assinam protocolo para organizar a cadeia produtiva do carvão mineral

12/07/2003 - 8h49

Florianópolis, 12/7/2003 (Agência Brasil - ABr) - O protocolo de intenções para organizar a cadeia produtiva do carvão mineral no Pais foi assinado, em Criciuma (SC), pelos governadores de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, e representantes do setor carbonífero. O objetivo é unir os dois estados, maiores produtores do Brasil, para utilização do mineral na produção de energia e em outras atividades rentáveis para gerar empregos e renda.

O vice-governador e presidente do Grupo Executivo de Energia de Santa Catarina, Eduardo Moreira, destacou que o país precisa diversificar as fontes de energia. "Não podemos correr o risco de que com uma estiagem aconteçam novos apagões. Não podemos ficar na dependência de São Pedro", afirmou. Atualmente, 97% da energia produzida no Brasil são provenientes de hidrelétricas, sendo que apenas 1,2% vêm do carvão mineral. O governador Luiz Henrique lembrou que além de fonte de energia, o carvão pode ter os rejeitos aproveitados e industrializados. "A cinza do carvão pode ser utilizada na indústria de cimentos", disse.

O secretário executivo do Sindicato da Indústria de Extração de Carvão do Estado de Santa Catarina (Siecesc), Fernando Luiz Zancan, destacou que os contratos que garantem a compra do carvão mineral catarinense vencem no dia 31 de dezembro deste ano. "Temos menos de seis meses para resolvermos esta situação". O governador gaúcho enfatizou que este foi um dos principais fatos que motivaram a reunião. "Lutamos por um maior apoio do Governo Federal", frisou Rigotto, acrescentando que a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, tem defendido a produção de energia por meio do carvão mineral.

Durante o encontro, foram apresentados quatro projetos para construção de termelétricas movidas a carvão, sendo uma em Santa Catarina e as outras no Rio Grande do Sul. Os representantes do setor carbonífero entregaram aos governadores uma carta pedindo ao Governo Federal que dê prosseguimento aos contratos que vencem no final deste ano e o crescimento da matriz energética de cinco mil megawats em dez anos.