ato de sem-teto https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/181854/all pt-br Ato de sem-teto em apoio a “rolezinhos” faz shoppings fecharem em São Paulo https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2014-01-16/ato-de-sem-teto-em-apoio-%E2%80%9Crolezinhos%E2%80%9D-faz-shoppings-fecharem-em-sao-paulo <p>Daniel Mello<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; Dois <em>shoppings</em> da zonal sul paulistana fecharam as portas no final da tarde de hoje (16) para evitar uma manifesta&ccedil;&atilde;o do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O ato foi feito em apoio aos &ldquo;rolezinhos&rdquo; que t&ecirc;m sido feitos, desde dezembro de 2013, por jovens da periferia em centros comerciais da cidade. Os eventos t&ecirc;m sido reprimidos pela pol&iacute;cia e proibidos por decis&otilde;es judiciais.</p> <p> Por volta das 17h30, o&nbsp; Shopping Jardim Sul, que fica na regi&atilde;o do Morumbi, foi evacuado e teve todos os acesso bloqueados com grades. Em comunicado, o establecimento disse que tomou medidas preventivas para resguardar clientes e lojistas. O Shopping Campo Limpo informou por nota que fechou as portas &agrave;s 17h para &ldquo;manter a seguran&ccedil;a de clientes, lojistas e funcion&aacute;rios&rdquo;. O local foi reaberto &agrave;s 19h40. O Campo Limpo ressaltou ainda que obteve uma liminar judicial contra o protesto.</p> <p> Os sem-teto protestaram em frente ao Jardim Sul. Apesar do protesto ter sido pac&iacute;fico, em um momento houve troca de empurr&otilde;es com os seguran&ccedil;as que evitavam a aproxima&ccedil;&atilde;o dos manifestantes do pr&eacute;dio.&nbsp; Segundo a coordenadora estadual do MTST, Ana Ribeiro, o movimento decidiu apoiar os rolezinhos porque entende que os jovens est&atilde;o reivindicando lazer e cultura para a periferia. &ldquo;A gente est&aacute; em uma luta por moradia na periferia, mas isso &eacute; uma luta imediata. Tudo que tem rela&ccedil;&atilde;o com a cidadania do povo da periferia a gente apoia&rdquo;, disse.</p> <p> Um dos participantes do protesto, o a&ccedil;ogueiro Lucas de Jesus disse que foi &agrave; manifesta&ccedil;&atilde;o para defender o direitos dos jovens pobres de frequentarem os centros comerciais. &ldquo;N&oacute;s n&atilde;o estamos podendo entrar no <em>shopping. </em>V&aacute;rios amigos meus j&aacute; foram barrados&rdquo;, reclamou o jovem de 18 anos.</p> <p> Os manifestantes que participaram do ato no Shopping Jardim Sul s&atilde;o, em sua maioria, moradores das ocupa&ccedil;&otilde;es Faixa de Gaza, em Parais&oacute;polis, e Capad&oacute;cia, no Campo Limpo. No protesto que esteve no Shopping Campo Limpo, os participantes eram moradores das ocupa&ccedil;&otilde;es Vila Nova Palestina, no Jardim &Acirc;ngela, e Dona Deda, no Parque Ip&ecirc;, todas na zona sul.</p> <p> Para o professor de antropologia da Universidade Federal de S&atilde;o Paulo (Unifesp), Alexandre Barbosa Pereira, a repress&atilde;o policial contra os &ldquo;rolezinhos&rdquo; e as decis&otilde;es judiciais proibindo os encontros fizeram com que os eventos ganhassem repercuss&atilde;o. &ldquo;Eu acho que a rea&ccedil;&atilde;o desproporcional que teve da pol&iacute;cia, de segmentos da Justi&ccedil;a, que criminalizaram como arrast&atilde;o, deu a hist&oacute;ria do &#39;rolezinho&#39; uma reflex&atilde;o muito grande. O que acabou com todos esses desdobramentos, de outros movimentos que se dizem indignados&rdquo;, disse sobre o apoio expressado pelo MTST aos &quot;rolezinhos&quot;.</p> <p> Pereira acredita que o &ldquo;rolezinho&rdquo;, um evento que os jovens organizaram como forma de divers&atilde;o, acabou evidenciando as contradi&ccedil;&otilde;es do Brasil. &ldquo;Um exemplo como esse revela todas as quest&otilde;es de conflito do nosso pa&iacute;s. Quest&atilde;o de classe, cor e ra&ccedil;a, geracional&rdquo;, pontuou. O antrop&oacute;logo acredita que falta agora ouvir os jovens para entender quais s&atilde;o as suas demandas.</p> <p> As rea&ccedil;&otilde;es aos &ldquo;rolezinhos&rdquo; evidenciam ainda, na opini&atilde;o do professor, um desconforto das parcelas mais ricas da popula&ccedil;&atilde;o com a melhora do poder aquisitivo de outras camadas. &ldquo;Voc&ecirc; tem segmentos da classe m&eacute;dia que ficam meio abalados quando veem outra classe social frequentando espa&ccedil;os que antes eram espa&ccedil;os de distin&ccedil;&atilde;o deles&rdquo;, disse.</p> <p> Para o soci&oacute;logo Jo&atilde;o Clemente Neto, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, as manifesta&ccedil;&otilde;es em <em>shoppings </em>est&atilde;o ligadas &agrave; car&ecirc;ncia de locais para lazer e cultura. &ldquo;Se voc&ecirc; for em alguns lugares, mesmo nos bairros da classe m&eacute;dia, voc&ecirc; n&atilde;o encontra espa&ccedil;o para isso. Se voc&ecirc; pegar a cidade de S&atilde;o Paulo, quantos milh&otilde;es de jovens e adolescentes n&oacute;s temos? E os espa&ccedil;os para livre manifesta&ccedil;&atilde;o s&atilde;o min&uacute;sculos&rdquo;, ressaltou o professor.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong></p> ato de sem-teto Nacional rolezinho em são paulo rolezinhos rolezinhos em shopping são paulo shopping Fri, 17 Jan 2014 00:45:28 +0000 fabio.massalli 738393 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/