Nelson Madela https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/180276/all pt-br Capacidade de negociação e tolerância destacam-se no legado de Mandela às futuras gerações https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-12-15/capacidade-de-negociacao-e-tolerancia-destacam-se-no-legado-de-mandela-futuras-geracoes <p><img alt="" src="http://agenciabrasil.ebc.com.br/ckfinder/userfiles/images/Banners e selos/banner_mandela.jpg" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p> Yara Aquino*<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; A capacidade de negociar com diferentes setores foi uma das caracter&iacute;sticas marcantes do ex-presidente da &Aacute;frica do Sul, Nelson Mandela, l&iacute;der da luta contra o <em>apartheid</em>, o regime de segrega&ccedil;&atilde;o racial que vigorou no pa&iacute;s de 1948 a 1994, em que a minoria branca detinha todo poder pol&iacute;tico e econ&ocirc;mico e a maioria negra cumpria as regras da legisla&ccedil;&atilde;o separatista. &Eacute; o que representantes do movimento negro, do governo brasileiro, artistas, parlamentares e militantes da &aacute;rea de direitos humanos destacam na personalidade Mandela, morto no dia 5 deste m&ecirc;s, e enterrado neste domingo (16), em Qunu, cidade onde passou a inf&acirc;ncia.</p> <p>Eles avaliam o legado de Mandela para esta e para as futuras gera&ccedil;&otilde;es. O ex-presidente, que passou 27 anos na pris&atilde;o, combateu o&nbsp; <em>apartheid</em>, e conquistou o respeito de advers&aacute;rios e cr&iacute;ticos pelos esfor&ccedil;os em busca da paz. Em 1983, ele dividiu o Pr&ecirc;mio Nobel da Paz com o ent&atilde;o presidente da &Aacute;frica do Sul Frederik de Klerk.</p> <p> O diretor executivo da Educafro, Frei David Santos, ressalta a capacidade estrat&eacute;gica de negocia&ccedil;&atilde;o de Nelson Mandela com diferentes setores como um aprendizado a ser aplicado nas lutas dos movimentos sociais. &ldquo;Ele teve a coragem de trabalhar com a situa&ccedil;&atilde;o de oposi&ccedil;&atilde;o fazendo todos servirem &agrave; causa do povo negro e &agrave; causa da paz.&rdquo;</p> <p> O coordenador do Centro de Cultura Negra do Maranh&atilde;o, Maur&iacute;cio Paix&atilde;o, considera as atitudes do ex-presidente da &Aacute;frica do Sul uma inspira&ccedil;&atilde;o para que os negros busquem um pa&iacute;s mais justo e uma sociedade fortemente democr&aacute;tica. &ldquo;Este &eacute; o exemplo que o Mandela nos deixa e faz com que dialoguemos com a sociedade e fortale&ccedil;amos a popula&ccedil;&atilde;o negra. Isso faz tamb&eacute;m com que os executores de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas pensem e repensem sobre uma pol&iacute;tica que realmente inclua e n&atilde;o exclua, principalmente a popula&ccedil;&atilde;o negra.&rdquo;</p> <p> O cantor e secret&aacute;rio municipal de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade Racial de S&atilde;o Paulo, Netinho de Paula, destaca o sucesso que Mandela alcan&ccedil;ou ao atuar de forma diplom&aacute;tica para alcan&ccedil;ar seus ideais. &ldquo;Dois momentos s&atilde;o marcantes para mim. O primeiro &eacute; quando ele resolve ir para a luta armada. E o segundo, quando ele passa pela pris&atilde;o e, ent&atilde;o, entende que a diplomacia tem mais poder que a viol&ecirc;ncia, que as armas&rdquo;, diz Netinho, que &eacute; tamb&eacute;m vereador licenciado.</p> <p> Para a coordenadora executiva do Geled&eacute;s &ndash; Instituto da Mulher Negra, Sueli Carneiro, o apre&ccedil;o pela liberdade e a determina&ccedil;&atilde;o para combater o racismo s&atilde;o importantes ensinamentos que Nelson Mandela deixa para o futuro. &ldquo;A quest&atilde;o essencial do pensamento dele [Mandela] &eacute; n&atilde;o permitir que o racismo nos contamine. N&atilde;o permitir que venhamos a reproduzir as mesmas perversidades que o racismo promove. N&atilde;o permitir que o &oacute;dio e o revanchismo nos governem na nossa luta&rdquo;, disse.</p> <p> A coer&ecirc;ncia pol&iacute;tica ao longo de sua trajet&oacute;ria e o compromisso com a luta da classe trabalhadora s&atilde;o os exemplos de Mandela a serem seguidos por governantes e militastes, diz Jo&atilde;o Paulo Rodrigues, integrante da coordena&ccedil;&atilde;o do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). &ldquo;A coer&ecirc;ncia pol&iacute;tica de Mandela ao longo de tantos anos de vida p&uacute;blica e de luta &eacute; um elemento importante. Mandela conseguiu se manter firme, do ponto de vista das suas posi&ccedil;&otilde;es ideol&oacute;gicas, mesmo quando estava preso e tamb&eacute;m quando estava &agrave; frente do governo&rdquo;, lembrou Rodrigues.</p> <p> A secret&aacute;ria executiva da Secretaria de Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Patr&iacute;cia Barcelos, cita a luta pela liberdade e a resist&ecirc;ncia como elementos da jornada de Mandela a serem aplicados no dia a dia. &ldquo;Mandela deixou um legado de toler&acirc;ncia das rela&ccedil;&otilde;es entre as pessoas. A luta dele demonstrou que, por meio da toler&acirc;ncia, do reconhecimento entre os povos, &eacute; que se alcan&ccedil;aria a paz.&rdquo;</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist707401/prev/AgenciaBrasil071112_VAC8181.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), ativista do movimento negro, disse esperar que o Brasil se espelhe nas atitudes do l&iacute;der sul-africano. &ldquo;Espero que o Brasil acorde para o exemplo de Mandela e possa dar um tratamento &agrave; maioria a popula&ccedil;&atilde;o, que ainda &eacute; exclu&iacute;da, a essa maioria que ainda tem que brigar pelas terras quilombolas.&rdquo;</p> <p> O cantor Martinho da Vila aponta o desapego de Mandela ao poder como um caminho a ser trilhado tamb&eacute;m pelos pol&iacute;ticos brasileiros. &ldquo;Um exemplo que ele deu para os pol&iacute;ticos foi o desapego ao poder. O poder tem um atrativo: quase todos os que assumem uma fun&ccedil;&atilde;o poderosa n&atilde;o querem sair nunca mais. Ele [Mandela], se quisesse, se perpetuaria como presidente at&eacute; a sua morte, mas ele foi eleito, cumpriu o seu per&iacute;odo e promoveu elei&ccedil;&otilde;es&rdquo;, observou.</p> <p> Mandela ficou 27 anos preso em decorr&ecirc;ncia de sua luta em favor da <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-12-05/mandela-marcou-historia-ao-unir-brancos-e-negros-na-africa-do-sul">igualdade racial</a>, da liberdade e da democracia. Ele foi o primeiro presidente negro da &Aacute;frica do Sul, de 1994 a 1999. Mandela morreu no ultimo dia 5, aos 95 anos, em decorr&ecirc;ncia de problemas respirat&oacute;rios</p> <p><em>*Colaboraram Beatriz Pasqualino, Graziele Bezerra, Juliana C&eacute;zar Nunes e T&acirc;mara Freire, rep&oacute;rteres da <strong>R&aacute;dioAg&ecirc;ncia</strong></em></p> <p> Edi&ccedil;&atilde;o: N&aacute;dia Franco</p> <p><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil&nbsp; </strong> </em></p> África do Sul apartheid Educafro igualdade raciaal Internacional movimento negro Nelson Madela Sun, 15 Dec 2013 14:14:48 +0000 nfranco 736596 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/