José Paulo Ruan https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/177612/all pt-br Moradores e comerciantes relatam medo após manifestação na zona norte de SP https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-29/moradores-e-comerciantes-relatam-medo-apos-manifestacao-na-zona-norte-de-sp <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist733924/prev/Protestos_Prezuizos_S%C3%A3o%20Paulo043.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Fernanda Cruz<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> S&atilde;o Paulo &ndash; A zona norte da capital paulista amanheceu em clima de medo, depois da manifesta&ccedil;&atilde;o de ontem (29) contra a morte de um adolescente, baleado por um policial militar. A PM diz que o tiro foi acidental. Nas regi&otilde;es do Ja&ccedil;an&atilde;, do Trememb&eacute; e da Vila Medeiros, moradores evitavam&nbsp; sair de casa pela manh&atilde;, pais n&atilde;o mandaram seus filhos para a escola e comerciantes deixaram portas semiabertas.</p> <p> Os rastros de destrui&ccedil;&atilde;o ainda eram vis&iacute;veis pelas ruas dos bairros. Um caminh&atilde;o-ba&uacute; retorcido pelo fogo era retirado pela manh&atilde; da Avenida Edu Chavez, no Parque Edu Chavez. Pr&oacute;ximo dali, o Ecoponto, que guardava materiais recicl&aacute;veis, ainda soltava fuma&ccedil;a pelo fogo que queimou durante a madrugada. Na Avenida Maria Am&aacute;lia Lopes de Azevedo, no Trememb&eacute;, outro caminh&atilde;o-ba&uacute; tamb&eacute;m estava retorcido pelo inc&ecirc;ndio. Mais tr&ecirc;s &ocirc;nibus e dois caminh&otilde;es queimados foram levados para o p&aacute;tio da Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal.</p> <p> Jos&eacute; Paulo Ruan, supervisor de obras da subprefeitura da regi&atilde;o da Vila Guilherme/Vila Maria, trabalhava na limpeza dos bairros. &ldquo;Estamos mantendo o local para a per&iacute;cia, fazendo a seguran&ccedil;a e a libera&ccedil;&atilde;o para o tr&acirc;nsito&rdquo;, informou. De acordo com ele, ser&atilde;o usados 30 ve&iacute;culos, entre tratores e caminh&otilde;es&nbsp; para ajudar na retirada de entulhos queimados, ainda espalhados pelas ruas.</p> <p> Entre os moradores, o clima ainda era de medo. Suely Pereira, de 50 anos, dona de casa, disse que estava em p&acirc;nico. &ldquo;Ontem foi um terror, vi o caminh&atilde;o pegando fogo. A gente passou por uma situa&ccedil;&atilde;o que n&atilde;o d&aacute; para explicar&rdquo;. Ela contou que preferiu n&atilde;o mandar a neta para a escola hoje (29). &ldquo;A gente nem sabe se vai ter aula ou n&atilde;o, mas achamos melhor ela n&atilde;o ir para a escola&rdquo;, explicou.</p> <p> Outra moradora da Avenida Edu Chavez, que preferiu n&atilde;o se identificar, disse que presenciou o momento em que lojas foram quebradas e saqueadas. &ldquo;Arrebentaram as lojas, come&ccedil;aram a arrebentar o banco, tacaram bombas. Quando os policiais chegaram na avenida, foi uma verdadeira guerra, parecia um campo de guerra&rdquo;. Ela aguardava os netos chegarem da escola&nbsp; as 17h30, mas contou que eles s&oacute; conseguiram chegar em casa depois das 23h. Na mesma avenida, uma ag&ecirc;ncia banc&aacute;ria depredada era protegida nesta manh&atilde; por tr&ecirc;s viaturas da Pol&iacute;cia Militar.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist733924/prev/Protestos_Prezuizos_S%C3%A3o%20Paulo046.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />Na Avenida Maria Am&aacute;lia Lopes de Azevedo, onde um caminh&atilde;o-ba&uacute; pegou fogo, moradores ainda n&atilde;o conseguiam entrar em casa por causa de fuma&ccedil;a. &ldquo;Ainda tem cheiro de fuma&ccedil;a dentro de casa. Ontem tive que dormir na casa de um parente, pela fuma&ccedil;a e tamb&eacute;m por medo&rdquo;, contou uma mulher que n&atilde;o quis se identificar.</p> <p> Havia tamb&eacute;m moradores cuidando da retirada de entulhos. Genilde Marques da Silva, 58 anos, dona de casa, varria a sua cal&ccedil;ada e contou que ainda estava apreensiva. &ldquo;Eu tenho press&atilde;o alta, fiquei nervosa. Hoje mesmo j&aacute; tive uma crise convulsiva. Nunca vi uma coisa assim, moro aqui h&aacute; 35 anos&rdquo;, disse.</p> <p> Comerciantes, tamb&eacute;m temerosos, retiraram os produtos dos seus estoques e deixaram as portas semiabertas. Alguns dizem que v&atilde;o fechar hoje mais cedo, por volta das 16h. Uma empresa de transporte de cargas, pr&oacute;xima ao local onde um caminh&atilde;o pegou fogo, estava sem funcionar porque a fia&ccedil;&atilde;o de internet e telefone pegou fogo. &ldquo;Isso prejudica porque a gente trabalha com sistema de informa&ccedil;&atilde;o, e sem internet e telefone n&atilde;o tem como manter comunica&ccedil;&atilde;o com os clientes. A gente n&atilde;o consegue rastrear os caminh&otilde;es e informar para os clientes a localiza&ccedil;&atilde;o deles&rdquo;, disse o gerente, que preferiu n&atilde;o se identificar.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o:&nbsp; Val&eacute;ria Aguiar</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong><br /> &nbsp;</p> Avenida Edu Chavez comerciantes Ecoponto Genilde Marques da Silva José Paulo Ruan moradores Nacional PM Suely Pereira tremembé Vila Medeiros Tue, 29 Oct 2013 16:35:17 +0000 valeria.aguiar 733936 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/