Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/176234/all pt-br Facções criminosas controlam sistema prisional maranhense, aponta CNJ https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-10-10/faccoes-criminosas-controlam-sistema-prisional-maranhense-aponta-cnj <p>Alex Rodrigues*<br /> <em>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; A morte de nove presos durante uma rebeli&atilde;o no Complexo Penitenci&aacute;rio de Pedrinhas, em S&atilde;o Lu&iacute;s, &eacute; mais uma evid&ecirc;ncia do absoluto descontrole do sistema carcer&aacute;rio maranhense. A opini&atilde;o &eacute; do juiz auxiliar da presid&ecirc;ncia do Conselho Nacional de Justi&ccedil;a (CNJ), Douglas de Melo Martins. Coordenador do Departamento de Monitoramento e Fiscaliza&ccedil;&atilde;o do Sistema Carcer&aacute;rio do CNJ, o juiz lembrou que, na semana passada, tr&ecirc;s detentos do mesmo complexo haviam sido mortos durante um conflito. Para Martins, o epis&oacute;dio de ontem (9) era uma trag&eacute;dia anunciada.</p> <p>&ldquo;O sistema prisional maranhense, como o do restante do pa&iacute;s, est&aacute; controlado por fac&ccedil;&otilde;es do crime organizado que, quando decidem enfrentar as institui&ccedil;&otilde;es e o Poder do Estado, quem paga o pre&ccedil;o s&atilde;o pessoas que nada tem que ver com isso. Pessoas que, muitas vezes, cometeram crimes menores e que acabam se tornando v&iacute;timas do sistema prisional&rdquo;, disse o juiz em entrevista &agrave;<strong> Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>e ao radiojornalismo da Empresa Brasil de Comunica&ccedil;&atilde;o (<strong>EBC</strong>).</p> <p>Lembrando inspe&ccedil;&otilde;es do mutir&atilde;o carcer&aacute;rio do CNJ em unidades prisionais maranhenses, inclusive em Pedrinhas, e o acompanhamento permanente do &oacute;rg&atilde;o, Martins foi categ&oacute;rico: o sistema prisional n&atilde;o est&aacute; apto a enfrentar e coibir tentativas de fugas e rebeli&otilde;es. Situa&ccedil;&atilde;o que levou o conselho a recomendar a constru&ccedil;&atilde;o de unidades prisionais no interior do estado e a contrata&ccedil;&atilde;o de agentes penitenci&aacute;rios.</p> <p>&ldquo;H&aacute; muito o que ser feito no sistema prisional maranhense. Os pres&iacute;dios s&atilde;o muito prec&aacute;rios. O juiz, que responde pelas varas de execu&ccedil;&otilde;es penais de S&atilde;o Lu&iacute;s declarou, recentemente, que o Complexo de Pedrinhas est&aacute; em uma situa&ccedil;&atilde;o t&atilde;o ruim que n&atilde;o h&aacute; como reform&aacute;-lo. A &uacute;nica solu&ccedil;&atilde;o &eacute; demoli-lo e construir outro&rdquo;, disse o juiz.</p> <p>Segundo nota divulgada hoje (10), pela Secretaria de Estado de Justi&ccedil;a e Administra&ccedil;&atilde;o Penitenci&aacute;ria (Sejap), informa&ccedil;&otilde;es preliminares indicam que a rebeli&atilde;o &eacute; consequ&ecirc;ncia de guerra&nbsp;entre fac&ccedil;&otilde;es criminosas, e da pris&atilde;o, esta semana, de 16 integrantes de uma delas.</p> <p>Martins destacou que a superlota&ccedil;&atilde;o &eacute; uma realidade dos pres&iacute;dios maranhenses. &ldquo;Todos os pres&iacute;dios est&atilde;o superlotados, o que torna dif&iacute;cil separar os grupos criminosos rivais. Pedrinhas tem a agravante de estar completamente destru&iacute;do&rdquo;, acrescentou o juiz, destacando a necessidade de uma a&ccedil;&atilde;o conjunta das diversas institui&ccedil;&otilde;es das tr&ecirc;s esferas de Poder (Executivo, Legislativo e Judici&aacute;rio). O pr&oacute;prio CNJ est&aacute; em contato com o Conselho Nacional do Minist&eacute;rio P&uacute;blico maranhense para tentar encontrar, em parceria com outros &oacute;rg&atilde;os e com os governos, uma solu&ccedil;&atilde;o para o problema.</p> <p>&quot;&Eacute; preciso que o governo federal repasse recursos, mas &eacute; necess&aacute;ria uma a&ccedil;&atilde;o concreta do governo estadual para resolver o problema. N&atilde;o d&aacute; para ficarmos s&oacute; aguardando&quot;, disse o juiz, lamentando a manifesta&ccedil;&atilde;o de muitas pessoas, principalmente nas redes sociais, comemorando ou justificando as mortes.</p> <p>&ldquo;As pessoas n&atilde;o pensam que ir para o sistema prisional pode acontecer com qualquer pessoa. N&atilde;o necessariamente as pessoas mortas nessas circunst&acirc;ncias s&atilde;o l&iacute;deres de organiza&ccedil;&otilde;es criminosas ou pessoas perigosas. Uma das pessoas mortas &eacute; um borracheiro que comprou uns pneus velhos que tinham sido furtados. Outra v&iacute;tima do sistema prisional maranhense, decapitado, tinha sido preso ap&oacute;s dar um tapa no rosto da irm&atilde;, durante uma briga&rdquo;.</p> <p>A <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> entrou em contato com a Sejap, inclusive para obter n&uacute;meros relativos &agrave; popula&ccedil;&atilde;o carcer&aacute;ria do estado. At&eacute; o momento, contudo, n&atilde;o recebeu as respostas.</p> <p>*colaborou Paula de Castro</p> <p>&nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Beto Coura<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> CNJ Complexo Penitenciário de Pedrinhas conselho nacional do ministério público Douglas de Melo Martins Justiça mutirão carcerário Secretaria de Estado de Justiça e Administração Penitenciária Sejap Thu, 10 Oct 2013 17:39:56 +0000 alberto.coura 732603 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/