quem participa https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/174297/all pt-br Ministra diz que exumar os restos mortais de Jango “também é exumar a ditadura” https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-17/ministra-diz-que-exumar-os-restos-mortais-de-jango-%E2%80%9Ctambem-e-exumar-ditadura%E2%80%9D <p style="margin-bottom: 0cm">Thais Leit&atilde;o<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/24/gallery_assist730825/prev/ABr17092013WDO_3532.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Bras&iacute;lia - &quot;Exumar Jo&atilde;o Goulart &eacute; tamb&eacute;m exumar a ditadura e saber as perversidades que ela fez&quot;, disse hoje (17) a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica, Maria do Ros&aacute;rio, ao participar da abertura da primeira reuni&atilde;o t&eacute;cnica com a equipe<font color="#ff3366"> </font>de peritos respons&aacute;vel pelo procedimento. Integram o grupo profissionais brasileiros, argentinos e uruguaios, al&eacute;m de um cubano, conforme pedido da fam&iacute;lia do ex-presidente.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">A exuma&ccedil;&atilde;o faz parte de uma investiga&ccedil;&atilde;o para esclarecer se a morte de Jo&atilde;o Goulart, conhecido popularmente como Jango, foi em decorr&ecirc;ncia de ataque card&iacute;aco, como divulgado &agrave; &eacute;poca pelas autoridades do regime militar. A fam&iacute;lia suspeita que ele tenha sido assassinado.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Os peritos internacionais e integrantes do Comit&ecirc; Internacional da Cruz Vermelha auxiliar&atilde;o nos trabalhos com experi&ecirc;ncia adquirida em processos semelhantes ocorridos em pa&iacute;ses vizinhos, como as exuma&ccedil;&otilde;es dos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende e do poeta Pablo Neruda.</p> <p> No encontro de hoje, que ocorreu a porta fechadas, n&atilde;o foi definida a data em que ser&aacute; feita a exuma&ccedil;&atilde;o. A expectativa &eacute; que ocorra at&eacute; o fim do ano. No dia 16 de outubro haver&aacute; nova reuni&atilde;o, na sede da Pol&iacute;cia Federal, em Bras&iacute;lia, para definir um protocolo &uacute;nico de a&ccedil;&atilde;o dos peritos.</p> <p> Durante a abertura do evento, Maria do Ros&aacute;rio destacou que a exuma&ccedil;&atilde;o integra processo de pesquisa hist&oacute;rica sobre a Opera&ccedil;&atilde;o Condor, montada pelas ditaduras do Brasil, Argentina e Uruguai para perseguir opositores.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Maria do Ros&aacute;rio enfatizou que Jo&atilde;o Goulart foi o &uacute;nico presidente brasileiro a morrer no ex&iacute;lio, tendo sido perseguido durante todo o per&iacute;odo em que esteve fora do pa&iacute;s pela ditadura militar. Ela garantiu que, ap&oacute;s serem periciados, na capital federal, os restos mortais retornar&atilde;o ao munic&iacute;pio ga&uacute;cho de S&atilde;o Borja.</p> <p> &quot;A ideia &eacute; que ele saia de S&atilde;o Borja, venha para Bras&iacute;lia para ser periciado neste pr&eacute;dio da Pol&iacute;cia Federal e depois volte a S&atilde;o Borja. As amostras ser&atilde;o analisadas, em primeiro lugar, com excel&ecirc;ncia t&eacute;cnica, pelo governo brasileiro, com os peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, como a fam&iacute;lia sugeriu, com o Comit&ecirc; Internacional da Cruz Vermelha, que participa conosco, mas que depois essas amostras tamb&eacute;m estejam em laborat&oacute;rios internacionais, mesmo procedimento utilizado com o poeta Pablo Neruda e com Salvador Allende, no Chile&quot;, disse.</p> <p> Mesmo sem garantir que o corpo de Jo&atilde;o Goulart ser&aacute; recebido em Bras&iacute;lia com honras de chefe de Estado, a ministra disse que o governo trabalha com a &quot;ideia e a responsabilidade de quem lida com um presidente da Rep&uacute;blica que n&atilde;o recebeu as honras devidas no momento da sua morte&quot;.</p> <p> &quot;Sem d&uacute;vida, estamos trabalhando com esse objetivo, mas existem procedimentos que est&atilde;o sendo observados. S&atilde;o trabalhos paralelos que est&atilde;o sendo feitos&quot;, acrescentou.</p> <p> De acordo com a Pol&iacute;cia Federal, o caix&atilde;o dever&aacute; ser aberto em Bras&iacute;lia, onde ser&atilde;o feitos, no pr&eacute;dio da institui&ccedil;&atilde;o, exames de DNA e toxicol&oacute;gicos. O chefe da Divis&atilde;o de Per&iacute;cias da PF, Amaury de Souza Junior, disse que se trata de uma investiga&ccedil;&atilde;o tecnicamente dif&iacute;cil, e ressaltou que as autoridades n&atilde;o t&ecirc;m ideia do estado em que os restos ser&atilde;o encontrados.</p> <p> &quot;N&atilde;o resta d&uacute;vida de que &eacute; uma investiga&ccedil;&atilde;o tecnicamente dif&iacute;cil, porque tendo sido o corpo enterrado h&aacute; 37 anos, pode haver dificuldades t&eacute;cnicas. N&atilde;o temos ideia [do que ser&aacute; poss&iacute;vel esclarecer a partir da exuma&ccedil;&atilde;o] porque as condi&ccedil;&otilde;es podem variar muito. Podemos ter um corpo razoavelmente &iacute;ntegro, um caix&atilde;o razoavelmente &iacute;ntegro ou apenas restos &oacute;sseos&quot;, disse. No m&ecirc;s passado, uma equipe de peritos, coordenados por Amaury de Souza Junior, foi at&eacute; S&atilde;o Borja fazer o reconhecimento e an&aacute;lise t&eacute;cnica do local, em uma etapa preparat&oacute;ria para garantir a retirada do caix&atilde;o com seguran&ccedil;a.</p> <p> O prefeito de S&atilde;o Borja, Farelo Almeida, disse que a expectativa da popula&ccedil;&atilde;o e das autoridades locais &eacute; que os restos mortais do ex-presidente retornem ao munic&iacute;pio antes do anivers&aacute;rio de morte de Jo&atilde;o Goulart, em 6 de dezembro. Ele ressaltou que, ante a garantia do governo de que os restos mortais ser&atilde;o devolvidos &agrave; cidade, a popula&ccedil;&atilde;o, que estava apreensiva, tranquilizou-se.</p> <p> Jo&atilde;o Vicente Goulart, filho do ex-presidente e que tamb&eacute;m participou da reuni&atilde;o t&eacute;cnica de hoje, disse que a exuma&ccedil;&atilde;o &eacute; um passo importante, mas ressaltou que ela representa apenas um dos meios para se chegar &agrave; verdade.</p> <p> &quot;Os outros, que a gente ainda espera que o governo brasileiro proceda, s&atilde;o a oitiva dos agentes americanos que participaram da Opera&ccedil;&atilde;o Condor e a exig&ecirc;ncia para que o governo americano libere os documentos relacionados ainda classificados [como sigilosos]&quot;, disse.</p> <p> Jo&atilde;o Goulart presidiu o Brasil de 7 de setembro de 1961 a 1&ordm; de abril de 1964, quando foi deposto em um golpe militar. Ele morreu no ex&iacute;lio em 6 de setembro de 1976, em Mercedes, cidade do Norte da Argentina. As investiga&ccedil;&otilde;es conduzidas pela Comiss&atilde;o Nacional da Verdade (CNV) apontam que o ex-presidente foi mais uma v&iacute;tima da Opera&ccedil;&atilde;o Condor.</p> <p> Em 2007, os parentes entraram com um pedido para que o Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal no Rio Grande do Sul abrisse investiga&ccedil;&atilde;o sobre o assunto. Em 2011, o pedido foi estendido &agrave; Comiss&atilde;o Especial sobre Mortos e Desaparecidos Pol&iacute;ticos da SDH e este ano &agrave; CNV, que vai coordenar o processo.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. &Eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> assassinato data de exumação ditadura militar equipe de peritos exumação jango João Goulart Nacional Operação Condor peritos internacionais quando será quem participa Tue, 17 Sep 2013 20:14:46 +0000 davi.oliveira 730867 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/