literatura da periferia https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/173585/all pt-br Literatura da periferia começa a chamar a atenção do mercado, diz sindicato de editoras https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-09/literatura-da-periferia-comeca-chamar-atencao-do-mercado-diz-sindicato-de-editoras <p>Alana Gandra<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Rio de Janeiro - O Brasil est&aacute; assistindo, nos &uacute;ltimos anos, a um movimento cultural vindo da periferia, englobando literatura, m&uacute;sica, entre outras manifesta&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Em todas as manifesta&ccedil;&otilde;es art&iacute;sticas h&aacute; uma efervesc&ecirc;ncia cultural, novos interesses e talentos aparecendo&rdquo;, disse hoje (9) &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> a presidenta do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), S&ocirc;nia Jardim.</p> <p> S&ocirc;nia ressaltou, por&eacute;m, a import&acirc;ncia de se ter um padr&atilde;o de qualidade no que se refere &agrave; literatura marginal, ou de periferia, &ldquo;como em toda manifesta&ccedil;&atilde;o cultural&rdquo;, para que ela saia desse nicho e possa atingir o mercado como um todo. Segundo S&ocirc;nia, as editoras est&atilde;o atentas &agrave; voz da periferia. &ldquo;Se essa voz &eacute; restrita s&oacute; aos seus vizinhos ou se ela pode atingir outro p&uacute;blico&rdquo;.</p> <p> N&atilde;o h&aacute; preconceito das editoras em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; literatura marginal, afian&ccedil;ou.&nbsp;&nbsp; &ldquo;Ela est&aacute; crescendo e a gente tem visto um ou outro talento despontando. Acho que pode vir a ser uma nova linha&rdquo;. S&ocirc;nia Jardim observou que est&atilde;o surgindo tamb&eacute;m autores vindos do interior, saindo um pouco do eixo Rio de Janeiro/S&atilde;o Paulo, bem como de outras regi&otilde;es do pa&iacute;s, o que &eacute; muito positivo.</p> <p> Um dos escritores que falam da periferia paulista, S&eacute;rgio Vaz, disse hoje (9) &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil </strong>que esse &eacute; um movimento que tende a crescer. &ldquo;Porque n&atilde;o &eacute; um movimento de escritores. &Eacute; um movimento para formar leitores, aquilo que as pessoas esqueceram de fazer: fomentar a literatura entre as pessoas. E essa literatura dialoga diretamente com as pessoas da periferia, nas pra&ccedil;as, nos bares, nas escolas. Est&aacute; trazendo mais gente, cada vez mais&rdquo;.</p> <p> A aceita&ccedil;&atilde;o e a abrang&ecirc;ncia da literatura de periferia ocorrem, segundo S&eacute;rgio Vaz, devido n&atilde;o s&oacute; &agrave; identifica&ccedil;&atilde;o com o leitor, mas porque os escritores vivem o dia a dia da comunidade. &ldquo;&Eacute; um cara que &eacute; poss&iacute;vel voc&ecirc; encontrar na feira, no campo batendo uma pelada&rdquo;, disse. &ldquo;Ele &eacute; um cara da comunidade, que representa a comunidade. Assim como o Vinicius [de Moraes, poeta e diplomata] cantava &#39;dia de luz, festa de sol&#39; [in&iacute;cio da m&uacute;sica <em>O Barquinho, </em>que &eacute; de autoria de Roberto Menescal e Ronaldo B&ocirc;scoli e n&atilde;o de Vinicius de Moraes], porque era a realidade que ele vivia. A gente est&aacute; escrevendo a nossa realidade&rdquo;.</p> <p> Com cinco livros editados de forma independente e vendidos de porta em porta, S&eacute;rgio Vaz integra agora o rol de escritores da Global Editora, onde j&aacute; publicou dois livros e est&aacute; prestes a lan&ccedil;ar o terceiro, ainda este ano. &ldquo;Depois de 25 anos de carreira, que completo este ano, acho que demorou at&eacute; demais&rdquo;, brincou. Ele aconselha os jovens da periferia a perseguirem o sonho de se tornar escritores. Mas, acima de tudo, que estudem. &ldquo;Eu demorei tanto porque n&atilde;o estudei. N&atilde;o sou exemplo para ningu&eacute;m&rdquo;.</p> <p> Embora reitere que sempre se deve acreditar no sonho e lutar por ele, &eacute; a escola a prioridade dos autores da periferia. &ldquo;Eu acho hoje que o melhor lugar para se passar a inf&acirc;ncia e a adolesc&ecirc;ncia ainda &eacute; a escola. Ainda que os governos n&atilde;o nos queiram educar, a educa&ccedil;&atilde;o &eacute; uma coisa a ser respeitada e ser seguida. Porque acho que eu escrevo a palavra da rua, mas eu adoraria conhecer a norma culta. A l&iacute;ngua portuguesa &eacute; uma coisa maravilhosa. &Eacute; m&aacute;gica. Tem sabores e saberes. Todos n&oacute;s temos o direito e o dever de aprender a norma culta e a dialetar do jeito que a gente quer&rdquo;.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: F&aacute;bio Massalli</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> Cultura cultura da periferia editora literatura da periferia mercado sindicado de editora Sindicato Nacional dos Editores de Livros Mon, 09 Sep 2013 21:17:45 +0000 fabio.massalli 730256 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/