Procerva https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/172885/all pt-br Microcervejeiros lutam por tributação diferenciada https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-09-01/microcervejeiros-lutam-por-tributacao-diferenciada <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/ABr300813VAC_1744.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Mariana Branco<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; Perto de se beneficiar de uma mudan&ccedil;a na legisla&ccedil;&atilde;o que permitir&aacute; maior variedade de ingredientes na fabrica&ccedil;&atilde;o da cerveja, os produtores artesanais da bebida agora t&ecirc;m pela frente o desafio de pleitear uma tributa&ccedil;&atilde;o mais suave e adequada ao perfil de pequenos empres&aacute;rios. Por produzir bebida alco&oacute;lica, n&atilde;o s&atilde;o contemplados pelo Simples Nacional, regime diferenciado para micro e pequenas empresas. Portanto, arcam com o mesmo volume de impostos aplicados &agrave;s grandes fabricantes do setor. Os cervejeiros dialogam com o Congresso Nacional por uma legisla&ccedil;&atilde;o que solucione o problema. At&eacute; o momento, os avan&ccedil;os s&atilde;o poucos.</p> <p> &ldquo;A batalha &eacute; para que a gente seja tratado de acordo com o nosso tamanho. S&atilde;o de 240 a 250 produtores de cerveja instalados no Brasil. As dez maiores empresas dominam em torno de 99% do volume total produzido. O restante dos fabricantes n&atilde;o representa 1% da bebida fabricada&rdquo;, informa Andr&eacute; Junqueira, presidente da Associa&ccedil;&atilde;o das Microcervejarias do Paran&aacute; (Procerva-PR) e dono da Cervejaria Morada Cia. Et&iacute;lica. Segundo ele, a carga tribut&aacute;ria para o setor atinge 60% do valor do produto.</p> <p> O fato de os produtores artesanais trabalharem com mat&eacute;rias-primas mais caras, aumenta o custo dos microcervejeiros e n&atilde;o permite colocar a bebida a um pre&ccedil;o atraente no mercado. &ldquo;O litro dentro da f&aacute;brica de cerveja industrial custa R$ 0,30 a R$ 0,40. Nas nossas, R$ 2 a R$ 3 por causa da mat&eacute;ria-prima. Na hora de vender, a cerveja artesanal custa cinco a dez vezes mais que as variedades tradicionais. Em outros pa&iacute;ses, essa diferen&ccedil;a n&atilde;o ultrapassa 30% a 50%&rdquo;, destaca.</p> <p> Para Marco Aur&eacute;lio de Faria Pereira J&uacute;nior, presidente da Associa&ccedil;&atilde;o dos Cervejeiros Artesanais do Distrito Federal (Acerva Candanga) e que se prepara para lan&ccedil;ar a marca M&aacute;fia Beer, os gastos impedem que o mercado de sabores diferenciados se fortale&ccedil;a &ldquo;Hoje, para pagar o custo de produzir 60 mil litros por ano, uma microcervejaria leva em torno de cinco anos. Quem monta &eacute; porque &eacute; apaixonado pelo assunto&rdquo;, opina.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/ABr300813VAC_1733.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />O presidente da Acerva Candanga cita como exemplo o mercado do Distrito Federal, que, segundo ele, &eacute; incipiente. &ldquo;Bras&iacute;lia &eacute; um mercado muito restrito. S&atilde;o tr&ecirc;s ou quatro empresas que trabalham com produ&ccedil;&atilde;o para eventos de pilsen, uma variedade leve que agrada a todos. N&atilde;o temos cervejaria de produ&ccedil;&atilde;o comercial a n&atilde;o ser a Stadt Bier, que tem alguns sabores diferentes. As f&aacute;bricas s&atilde;o no interior de Goi&aacute;s em raz&atilde;o da tributa&ccedil;&atilde;o mais baixa&rdquo;, explica Marco Aur&eacute;lio Faria J&uacute;nior.</p> <p> O cervejeiro Marco Ant&ocirc;nio Falcone, dono da Cervejaria Falke Bier, de Minas Gerais, e vice-presidente do Sindicato das Ind&uacute;strias de Cerveja e Bebidas em Geral (Sindbebidas-MG) acompanha as discuss&otilde;es em Bras&iacute;lia sobre a tributa&ccedil;&atilde;o para microcervejarias. De acordo com ele, o di&aacute;logo avan&ccedil;ou mais na esfera estadual do que em &acirc;mbito federal. &ldquo;O Rio Grande do Sul e Santa Catarina criaram uma legisla&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica para baixar o ICMS [Imposto sobre Circula&ccedil;&atilde;o de Mercadorias e Servi&ccedil;os]. S&atilde;o Paulo est&aacute; a caminho e em Minas Gerais tamb&eacute;m est&aacute; sendo discutido. Quanto aos tributos federais, estamos em mobiliza&ccedil;&atilde;o h&aacute; algum tempo sem nenhum resultado&rdquo;, admite.</p> <p> Falcone lembra que em 2011, quando foi aprovado o reajuste das tabelas de enquadramento das micro e pequenas empresas no Simples Nacional, o setor esperou em v&atilde;o ser contemplado pelo regime. Na &eacute;poca, o deputado Jer&ocirc;nimo Goergen (PP-RS) apresentou emendas para inclus&atilde;o das microcervejarias e das vin&iacute;colas. Entretanto, os l&iacute;deres dos partidos fecharam acordo para que os temas de emendas fossem discutidos posteriormente no Senado. Goergen afirma ter recebido, na ocasi&atilde;o, garantia da ministra das Rela&ccedil;&otilde;es Institucionais, Ideli Salvatti, de que o Projeto de Lei n&deg; 467/2008, apresentado por ela quando senadora e que trata da inclus&atilde;o, teria a tramita&ccedil;&atilde;o acelerada. &ldquo;[O projeto] n&atilde;o andou na velocidade acordada, mas &eacute; o que est&aacute; caminhando mais r&aacute;pido&rdquo;, diz.</p> <p> Para o deputado, o enquadramento de estabelecimentos como microcervejarias e vin&iacute;colas no Simples &eacute; adequado apesar de tratar-se de produ&ccedil;&atilde;o alco&oacute;lica. &ldquo;[A produ&ccedil;&atilde;o] tem um objetivo cultural, gastron&ocirc;mico&rdquo;, acredita. Segundo Goergen, tentativas de entendimento com a Receita Federal n&atilde;o tiveram bons resultados e agora ele aguarda uma audi&ecirc;ncia com o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos. &ldquo;A posi&ccedil;&atilde;o da Receita &eacute; muito em cima do fato de se tratar de bebida alco&oacute;lica&rdquo;, afirma. Procurada pela <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, a assessoria de comunica&ccedil;&atilde;o da Receita informou que n&atilde;o se pronunciar&aacute; sobre o tema no momento.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o: &nbsp;Val&eacute;ria Aguiar</em></p> <p> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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