sistema gratuito https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/171686/all pt-br Criado há 25 anos, SUS ainda enfrenta desafio na qualidade de atendimento https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-19/criado-ha-25-anos-sus-ainda-enfrenta-desafio-na-qualidade-de-atendimento <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//ckfinder/userfiles/images/raioXbanner" style="width: 730px; height: 150px;" /></p> <p>Tha&iacute;s Leit&atilde;o<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil/EBC</em></p> <p> Bras&iacute;lia - Para garantir sa&uacute;de p&uacute;blica de qualidade a toda popula&ccedil;&atilde;o, o Brasil ainda precisa percorrer um longo caminho. Mas, se de um lado tem desafios como a car&ecirc;ncia de m&eacute;dicos em muitas regi&otilde;es, a distribui&ccedil;&atilde;o irregular dos profissionais em seu territ&oacute;rio e a falta ou inadequa&ccedil;&atilde;o da estrutura de atendimento em diversas unidades, do outro tem o m&eacute;rito de ser o &uacute;nico pa&iacute;s com mais de 100 milh&otilde;es de habitantes que assumiu o compromisso de contar com um sistema universal, integral, igualit&aacute;rio e gratuito de sa&uacute;de.</p> <p> Para conhecer melhor a realidade da sa&uacute;de p&uacute;blica, a <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong>, em parceria com a <strong>TV Brasil</strong>, enviou uma equipe de reportagem ao Amazonas, Maranh&atilde;o e Piau&iacute;. Durante sete dias, os rep&oacute;rteres percorreram capitais e cidades do interior dos tr&ecirc;s estados das regi&otilde;es Norte e Nordeste para conhecer a realidade dos moradores e de ind&iacute;genas que dependem da sa&uacute;de p&uacute;blica. Tamb&eacute;m foram mobilizadas equipes do Distrito Federal, de S&atilde;o Paulo e do Rio de Janeiro. Durante a semana, a <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong> e a <strong>TV Brasil</strong> divulgar&atilde;o uma s&eacute;rie -<em> Raio X da Sa&uacute;de</em> &ndash; sobre as car&ecirc;ncias do Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS) e, tamb&eacute;m, os hospitais que, mesmo mantidos por dinheiro p&uacute;blico, s&atilde;o refer&ecirc;ncias nacionais e internacionais.</p> <p><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="548" src="//www.youtube.com/embed/bq7UWa9oQdk" width="730"></iframe></p> <p>No Maranh&atilde;o, a dona de casa Gra&ccedil;a Mendes, 56 anos destacou a import&acirc;ncia da popula&ccedil;&atilde;o local poder contar com o atendimento integral e gratuito. Segundo ela, embora n&atilde;o tenha nenhum v&iacute;nculo empregat&iacute;cio, pode recorrer a um posto de sa&uacute;de ou a um hospital quando precisa de atendimento. Nem sempre foi assim: at&eacute; h&aacute; algumas d&eacute;cadas somente pessoas formalmente empregadas e seus dependentes podiam utilizar a rede de sa&uacute;de mantida pelo Estado, por meio do antigo Instituto Nacional de Assist&ecirc;ncia M&eacute;dica da Previd&ecirc;ncia Social (Inamps). Os outros brasileiros, que quisessem ou precisassem de atendimento, deveriam pagar diretamente por ele.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/27/gallery_assist728369/prev/ABr010813MCA_9541.jpg" style="width: 200px; height: 150px; margin: 5px; float: right;" />&quot;A sa&uacute;de p&uacute;blica, claro, poderia e deveria melhorar, mas &eacute; melhor a gente ter esse direito do que ficar sem ele. Temos que cobrar melhoria dos servi&ccedil;os e lutar por isso&quot;, disse Gra&ccedil;a, que &eacute; usu&aacute;ria da rede p&uacute;blica h&aacute; tr&ecirc;s anos, desde que ficou vi&uacute;va e n&atilde;o teve mais como pagar o plano de sa&uacute;de.</p> <p> A Constitui&ccedil;&atilde;o Federal de 1988 instituiu o Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de (SUS), que tem sua origem no movimento conhecido como Revolu&ccedil;&atilde;o Sanit&aacute;ria, nascido nos meios acad&ecirc;micos na d&eacute;cada de 1970. Seu principal pilar era a defesa da sa&uacute;de como direito de todos. O movimento teve como marco a 8&ordm; Confer&ecirc;ncia Nacional de Sa&uacute;de, em 1986, que, al&eacute;m de ajudar a propag&aacute;-lo, produziu um relat&oacute;rio final que serviu de base para os debates na Assembleia Constituinte.</p> <p> Defensores da reforma, como o sanitarista S&eacute;rgio Arouca, que foi presidente da Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz (Fiocruz), tiveram grande destaque &agrave; &eacute;poca e ajudaram o Brasil a implantar o modelo de aten&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de como conhecemos hoje.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/27/gallery_assist728369/prev/ABr010813MCA_9513.jpg" style="width: 200px; height: 150px; margin: 5px; float: left;" />A lavradora Raimunda Ferreira de Oliveira, de 79 anos, que nunca trabalhou com carteira assinada, lembra como era a sa&uacute;de antes da cria&ccedil;&atilde;o do SUS. &quot;A gente tinha que pagar para ver o m&eacute;dico. Aqui, em Ros&aacute;rio - munic&iacute;pio maranhense -, tinha um m&eacute;dico s&oacute; e a gente ia na casa dele para ser atendida quando acontecia alguma coisa&quot;, contou.</p> <p> Na estrat&eacute;gia adotada pelo SUS n&atilde;o h&aacute; hierarquia entre os n&iacute;veis de governo, mas cada uma das esferas - federal, estadual e municipal - tem compet&ecirc;ncias distintas. O principal financiador da sa&uacute;de p&uacute;blica no pa&iacute;s &eacute; a Uni&atilde;o que, tamb&eacute;m, tem a responsabilidade de formular pol&iacute;ticas na &aacute;rea. Essas pol&iacute;ticas devem ser implementadas por estados e munic&iacute;pios. Cabe aos governos estaduais organizar o atendimento em seu territ&oacute;rio e aos munic&iacute;pios gerir as a&ccedil;&otilde;es e os servi&ccedil;os ofertados &agrave; popula&ccedil;&atilde;o. Eles - os munic&iacute;pios - s&atilde;o os principais respons&aacute;veis pela sa&uacute;de de seus habitantes. Se um munic&iacute;pio n&atilde;o tem todos os servi&ccedil;os, deve pactuar com cidades vizinhas o encaminhamento das demandas a outras localidades onde eles s&atilde;o encontrados.</p> <p> Atualmente, segundo dados do Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, s&atilde;o feitos, a cada ano, na rede do SUS, 3,7 bilh&otilde;es de procedimentos ambulatoriais, 531 milh&otilde;es de consultas m&eacute;dicas e 11 milh&otilde;es de interna&ccedil;&otilde;es. O Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de tamb&eacute;m &eacute; considerado o maior sistema p&uacute;blico de transplantes de &oacute;rg&atilde;o do mundo, al&eacute;m de responder por 98% do mercado de vacinas e por 97% dos procedimentos de quimioterapia. Entre os anos de 2010 e 2012, foram feitos 32,8 milh&otilde;es de procedimentos oncol&oacute;gicos por meio do SUS.</p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/200x150/gallery_assist/27/gallery_assist728369/prev/ABr290713MCA_8329.jpg" style="width: 200px; height: 150px; margin: 5px; float: right;" />Diante da dimens&atilde;o do SUS, para que a rede funcione em harmonia, a porta de entrada deve ser a aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica, formada pelos postos e centros de sa&uacute;de, al&eacute;m das unidades do Programa Sa&uacute;de da Fam&iacute;lia. Estudos demonstram que esse est&aacute;gio de atendimento &eacute; capaz de resolver aproximadamente 80% dos problemas de sa&uacute;de. Somente ap&oacute;s passar pela aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica, o paciente deve ser encaminhado, se necess&aacute;rio, a outros servi&ccedil;os de maior complexidade, como hospitais e cl&iacute;nicas especializadas, onde s&atilde;o feitos exames, consultas e algumas cirurgias (m&eacute;dia complexidade) e procedimentos que envolvem tecnologia mais avan&ccedil;ada, como os de traumato-ortopedia, cardiologia, terapia renal substitutiva e oncologia (alta complexidade).</p> <p> Um dos principais problemas na implanta&ccedil;&atilde;o do SUS, segundo especialistas, autoridades e profissionais, &eacute; que a aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica n&atilde;o d&aacute; conta desse papel inicial, de funcionar como porta de entrada do sistema, e as unidades de m&eacute;dia e alta complexidade acabam sobrecarregadas. Muitas vezes, as doen&ccedil;as dos pacientes encaminhados aos hospitais poderiam ser evitadas, com a&ccedil;&otilde;es mais efetivas na &aacute;rea da preven&ccedil;&atilde;o ou tratadas em est&aacute;gio inicial. Nesse primeiro n&iacute;vel de aten&ccedil;&atilde;o &agrave; sa&uacute;de, segundo o modelo brasileiro, a popula&ccedil;&atilde;o tem acesso a especialidades b&aacute;sicas: cl&iacute;nica geral, pediatria, obstetr&iacute;cia e ginecologia.</p> <p> <em>Edi&ccedil;&atilde;o:</em><em> Marcos Chagas</em></p> <p> <em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir as mat&eacute;rias &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; <strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></em></p> Agência Brasil amazonas Assembleia Nacional Constituinte atendimento básico atendimento de alta complexidade Brasília cirurgias desafios fiocruz hospitais Inamps Maranhão ministério da saúde Piauí postos de saúde rio de janeiro sanitaristas são paulo Saúde Saúde Sérgio Arouca sistema gratuito sistema público sus TV Brasil Mon, 19 Aug 2013 12:31:11 +0000 mchagas 728374 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/