língua azul https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/170168/all pt-br Técnicos analisam se língua azul, doença de gado, pode se alastrar no Rio https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-08-05/tecnicos-analisam-se-lingua-azul-doenca-de-gado-pode-se-alastrar-no-rio <p>Fl&aacute;via Villela<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil </em></p> <p>Rio de Janeiro &ndash; Doen&ccedil;a incomum no Brasil, a l&iacute;ngua azul, que ataca gados ruminantes, sobretudo ovelhas, pode se alastrar no estado do Rio e prejudicar o setor de ovinos. O alerta foi feito por veterin&aacute;rios da Universidade Federal Fluminense (UFF), que detectaram o v&iacute;rus em fevereiro em uma fazenda em Vassouras, &aacute;rea rural do sul fluminense, que matou ovelhas leiteiras e cordeiros e causou sequelas em v&aacute;rios animais. O caso foi comunicado &agrave; Defesa Sanit&aacute;ria Animal (DSA), da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecu&aacute;ria, e ao Minist&eacute;rio da Agricultura, Pecu&aacute;ria e Abastecimento (Mapa).</p> <p>A propriedade rural foi interditada pela DSA. Segundo o pesquisador M&aacute;rio Balaro, do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extens&atilde;o em Caprinos e Ovinos (Gepeco) da UFF e um dos respons&aacute;veis pelo diagn&oacute;stico, a medida n&atilde;o &eacute; suficiente para evitar um surto.</p> <p>&ldquo;&Eacute; importante a ado&ccedil;&atilde;o de procedimentos para controle epidemiol&oacute;gico. Apresentamos um plano de conting&ecirc;ncia baseado em planos internacionais &agrave;s autoridades, mas ainda n&atilde;o obtivemos resposta&rdquo;, comentou.</p> <p>Segundo Balaro, veterin&aacute;rios que estudam a doen&ccedil;a acreditam que a l&iacute;ngua azul &eacute; end&ecirc;mica em grande parte do pa&iacute;s, mas &eacute; subnotificada. Os sintomas podem ser confundidos com o de outras enfermidades, como verminose e pneumonia.</p> <p>Na Europa e nos Estados Unidos, a doen&ccedil;a causou perdas enormes: a solu&ccedil;&atilde;o encontrada foi a vacina&ccedil;&atilde;o dos ovinos. Nos Estados Unidos, segundo ele, as perdas em raz&atilde;o do v&iacute;rus j&aacute; chegaram a cerca de US$ 3 bilh&otilde;es por ano, sobretudo, pela queda dr&aacute;stica na produ&ccedil;&atilde;o de leite das ovelhas doentes e pela redu&ccedil;&atilde;o do crescimento e engorda dos cordeiros, al&eacute;m da morte dos animais. O Brasil n&atilde;o produz a vacina e ainda n&atilde;o autoriza a importa&ccedil;&atilde;o da mesma que vem da Europa.&nbsp;</p> <p>Ainda segundo o pesquisador h&aacute; um outro polo de produ&ccedil;&atilde;o de leite de ovelha em Miguel Pereira, cidade que fica a menos de 20 quil&ocirc;metros de Vassouras. O alastramento do v&iacute;rus pode significar perdas significativas para o setor. &ldquo;Como na &eacute;poca em que houve o surto, n&atilde;o houve um plano de conting&ecirc;ncia, o v&iacute;rus pode ter se espalhado para outras propriedades com animais da mesma ra&ccedil;a&rdquo;, explicou ele.</p> <p>De acordo com o diretor do Departamento de Sa&uacute;de Animal do Mapa, Guilherme Marques, o caso em Vassouras est&aacute; sendo monitorado pelas autoridades competentes, mas &eacute; pontual e n&atilde;o pode ser considerado um surto.</p> <p>&ldquo;Todas as propriedades de onde sa&iacute;ram animais para essa propriedade foco e que venderam animais dessa propriedade foco foram monitoradas, inclusive em outros estados, e n&atilde;o foi detectada nenhuma ocorr&ecirc;ncia da doen&ccedil;a. Nas propriedades pr&oacute;ximas tamb&eacute;m foram feitos estudos e nada foi detectado que justifique uma medida emergencial&rdquo;, declarou.</p> <p>O representante do minist&eacute;rio convocou reuni&atilde;o para a pr&oacute;xima quarta-feira (7) com especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecu&aacute;ria (Embrapa) e professores universit&aacute;rios para discutir estrat&eacute;gias de monitoramento da l&iacute;ngua azul. &ldquo;N&atilde;o &eacute; nenhum caso de surto, mas estamos nos antecipando para darmos a dimens&atilde;o devida do problema e n&atilde;o aumentar a dimens&atilde;o do caso como me parece que est&aacute; ocorrendo, que n&atilde;o se justifica,&rdquo;.</p> <p>Marques disse ainda que o sorotipo 4, encontrado em Vassouras, n&atilde;o causa altos n&iacute;veis de mortalidade e que os casos da doen&ccedil;a no pa&iacute;s n&atilde;o justificam a produ&ccedil;&atilde;o ou a importa&ccedil;&atilde;o da vacina que cont&eacute;m o v&iacute;rus vivo atenuado. &ldquo;N&atilde;o se trata de doen&ccedil;a que cause alto impacto econ&ocirc;mico ao ponto de ter que lan&ccedil;ar m&atilde;o de uma vacina que pode causar problema de seguran&ccedil;a. Ainda &eacute; preciso de mais pesquisas para saber a real efic&aacute;cia e seguran&ccedil;a delas&rdquo;.</p> <p>Casos anteriores de l&iacute;ngua azul s&atilde;o registrados pontualmente no Brasil desde 1978. O v&iacute;rus tem 26 diferentes sorotipos espalhados no mundo e a transmiss&atilde;o ocorre por meio da picada do mosquito conhecido como maruim ou mosquito-p&oacute;lvora. Bois e vacas s&atilde;o considerados hospedeiros do v&iacute;rus, que pode permanecer no organismo desses animais por at&eacute; quatro meses. Um dos sintomas mais evidentes da doen&ccedil;a &eacute; o incha&ccedil;o da l&iacute;ngua que ganha colora&ccedil;&atilde;o azulada. Outros sintomas que se manifestam s&atilde;o febre alta, les&otilde;es nos l&aacute;bios, saliva&ccedil;&atilde;o e secre&ccedil;&atilde;o nasal excessivas, vermelhid&atilde;o na pele, face inchada e perda de apetite.</p> <p>Balaro explicou que embora a literatura diga que o v&iacute;rus n&atilde;o apresenta risco de transmiss&atilde;o para seres humanos h&aacute; o registro de um homem que manipulava o v&iacute;rus em laborat&oacute;rio que adoeceu e de uma experi&ecirc;ncia <em>in vitro</em>, em que o v&iacute;rus conseguiu atacar a c&eacute;lula pulmonar humana. O representante do Mapa disse desconhecer que haja havido transmiss&atilde;o do v&iacute;rus para humanos.</p> <p>Um grupo de veterin&aacute;rios da UFF, em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz (Fiocruz), pretende fazer um levantamento sorol&oacute;gico no estado e mapear as zonas de risco e as zonas end&ecirc;micas da doen&ccedil;a.</p> <p>&ldquo;Faremos na primavera e no ver&atilde;o quando h&aacute; maior incid&ecirc;ncia dos mosquitos. Vamos tentar verificar em que localidades est&aacute; presente o mosquito-p&oacute;lvora e se h&aacute; riscos de as ovelhas de adoecerem&rdquo;, comentou.</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Jos&eacute; Romildo<br /> Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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