instituições de educação https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/167686/all pt-br Trabalho obrigatório no SUS é questionado por estudantes e instituições particulares https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-07-11/trabalho-obrigatorio-no-sus-e-questionado-por-estudantes-e-instituicoes-particulares <p style="margin-bottom: 0cm">Mariana Tokarnia*<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; A medida que <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-08/aluno-de-medicina-tera-de-trabalhar-dois-anos-no-sus-para-receber-diploma">obriga estudantes de medicina a atuar por dois anos no Sistema &Uacute;nico de Sa&uacute;de</a> (SUS), anunciada segunda-feira (8) como parte do Programa Mais M&eacute;dicos, tem sido alvo de questionamentos por estudantes e institui&ccedil;&otilde;es de educa&ccedil;&atilde;o. A obrigatoriedade &eacute; vista com ressalvas. Os dois anos a mais antes do diploma e do registro profissional podem ser um desest&iacute;mulo para os alunos. Quem trabalha no setor diz que &eacute; preciso definir bem as regras da exig&ecirc;ncia para que nem a rede p&uacute;blica e nem os profissionais sejam prejudicados.&nbsp;</p> <p> Pela medida provis&oacute;ria (MP 621/2013) <a href="http:// http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-08/proposta-para-aluno-de-medicina-trabalhar-no-sus-precisa-de-aval-do-congresso">enviada pelo governo ao Congresso Nacional</a>, a partir de 2015 os alunos de medicina dever&atilde;o trabalhar por dois anos na aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica e na urg&ecirc;ncia e emerg&ecirc;ncia do SUS, chamado de segundo ciclo. Com isso, o curso passar&aacute; de seis anos para oito anos de dura&ccedil;&atilde;o. A medida &eacute; v&aacute;lida para faculdades p&uacute;blicas e privadas e garante, durante o per&iacute;odo, o pagamento de uma bolsa tanto para estudantes quanto para professores tutores.</p> <p> Para a coordenadora do N&uacute;cleo de Estudo em Sa&uacute;de P&uacute;blica da Universidade de Bras&iacute;lia (UnB), Maria F&aacute;tima de Sousa, a medida proporciona uma a&ccedil;&atilde;o estruturante necess&aacute;ria ao ensino dos futuros m&eacute;dicos. &quot;Esses profissionais est&atilde;o sendo formados para um modelo de sa&uacute;de que n&atilde;o precisamos mais. Precisamos de m&eacute;dicos generalistas para trabalhar nas comunidades e a forma&ccedil;&atilde;o hoje est&aacute; dirigida a especialidades, o que precisa ser mudado&quot;, diz, acrescentando que a medida &eacute; um passo importante para isso.</p> <p> No entanto, h&aacute; quem diga que os dois anos a mais podem desestimular os candidatos. &quot;N&oacute;s j&aacute; temos dois anos de internato [quando o estudante atua em hospitais sob supervis&atilde;o de um professor] que, no caso das escolas p&uacute;blicas, j&aacute; s&atilde;o dois anos atuando no SUS&quot;, diz a aluna do quarto semestre de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Vit&oacute;ria Gimenes. Pelo texto da MP, os dois anos finais n&atilde;o dispensam o estudante do internato, j&aacute; previsto nas diretrizes curriculares nacionais.</p> <p> Vit&oacute;ria n&atilde;o &eacute; contra a atua&ccedil;&atilde;o na sa&uacute;de p&uacute;blica ap&oacute;s os seis anos de forma&ccedil;&atilde;o, mas defende que n&atilde;o seja obrigat&oacute;rio. &quot;Acho certo trabalhar no SUS, mas n&atilde;o &eacute; o ideal ter mais dois anos de obrigatoriedade. J&aacute; temos mais quatro anos de resid&ecirc;ncia, s&atilde;o dez anos de forma&ccedil;&atilde;o e est&atilde;o s&oacute; aumentando isso&quot;.</p> <p> A estudante do sexto ano de medicina da Universidade Federal do Paran&aacute; (UFPR) Regina Vallego diz que, na faculdade, falta pr&aacute;tica em urg&ecirc;ncia e emerg&ecirc;ncia, uma demanda dos estudantes, por&eacute;m &eacute; preciso ver em que condi&ccedil;&otilde;es a nova iniciativa ser&aacute; feita. &quot;S&oacute; porque faltam m&eacute;dicos nessas &aacute;reas v&atilde;o colocar todos os alunos para trabalhar nelas? Ser&aacute; que eles t&ecirc;m condi&ccedil;&otilde;es? O per&iacute;odo contar&aacute; como parte da resid&ecirc;ncia. Ser&aacute; suficiente? N&atilde;o cair&aacute; o n&iacute;vel da resid&ecirc;ncia?&quot;, pergunta a estudante.</p> <p> Regina tamb&eacute;m contesta a autonomia dos alunos. &quot;S&atilde;o estudantes, portanto n&atilde;o podem tomar decis&otilde;es sozinhos, como &eacute; poss&iacute;vel na resid&ecirc;ncia m&eacute;dica. Esse alunos ter&atilde;o algum poder de decis&atilde;o ou tudo ter&aacute; que passar pelo aval do supervisor?&quot;.</p> <p> A tutoria &eacute; um dos pontos que preocupa as faculdades particulares. &quot;A supervis&atilde;o est&aacute; vinculada &agrave; institui&ccedil;&atilde;o de ensino em que o aluno estuda. Tem que ter uma contrapartida para a institui&ccedil;&atilde;o. Quem vai arcar com esses custos a mais do professor? Isso tem que ser melhor definido&quot;, diz o diretor executivo da Associa&ccedil;&atilde;o Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), S&oacute;lon Caldas. &quot;Fica subentendido que o governo quer encontrar um mecanismo para obrigar o m&eacute;dico a prestar servi&ccedil;o para o governo. Temos v&aacute;rios questionamentos sobre esse assunto&quot;, acrescenta.</p> <p> A Associa&ccedil;&atilde;o Nacional dos Dirigentes das Institui&ccedil;&otilde;es Federais de Ensino Superior (Andifes) n&atilde;o se posicionou sobre a proposta. Na pr&oacute;xima semana, haver&aacute; reuni&atilde;o do conselho pleno da entidade, quando o segundo ciclo no ensino m&eacute;dico ser&aacute; discutido. A Uni&atilde;o Nacional dos Estudantes (UNE) tamb&eacute;m n&atilde;o tem um posicionamento oficial at&eacute; o momento, pois avalia a medida.</p> <p> A MP estabelece que o Conselho Nacional de Educa&ccedil;&atilde;o (CNE) tem 180 dias para regulamentar o trabalho dos alunos no SUS. O conselheiro do CNE Jos&eacute; Fernandes de Lima diz que ser&aacute; formada uma comiss&atilde;o para analisar o tema. Ser&atilde;o feitas audi&ecirc;ncias p&uacute;blicas, al&eacute;m do debate interno na C&acirc;mara de Educa&ccedil;&atilde;o Superior. O CNE vai definir as atividades, o n&uacute;mero de horas, a rela&ccedil;&atilde;o entre tutor e estudante, a forma&ccedil;&atilde;o do tutor e a rela&ccedil;&atilde;o entre estudante e hospital. As poss&iacute;veis altera&ccedil;&otilde;es na MP feitas pelo Congresso Nacional ser&atilde;o consideradas, explica o conselheiro.</p> <p> As principais entidades m&eacute;dicas do pa&iacute;s <a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-08/entidades-medicas-criticam-programa-mais-medicos">criticaram a iniciativa</a> do governo.</p> <p> Nessa quarta-feira (10), o ministro da Sa&uacute;de, Alexandre Padilha, disse que o<a href="http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2013-07-10/trabalho-no-sus-vai-formar-medicos-com-visao-humanista-e-sem-depender-de-maquinas-diz-padilha"> trabalho no SUS vai formar m&eacute;dicos com vis&atilde;o humanista</a> e menos dependentes de m&aacute;quinas e exames para atender.</p> <p> <i>* Colaborou Aline Leal</i></p> <p> <i>Edi&ccedil;&atilde;o: Carolina Pimentel</i></p> <p> <i>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir o material &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </i><i><b>Ag&ecirc;ncia Brasil</b></i></p> Abmes Agência Brasil alunos de medicina Andifes autonomia condições Conselho Nacional de Educação diploma Educação ensino estudantes faculdades públicas e privadas Governo Federal instituições de educação professores Programa Mais Médicos registro profissional regras residência médica saúde pública segundo ciclo sus trabalho obrigatório de dois anos no SUS tutores UNE Thu, 11 Jul 2013 08:50:33 +0000 gracaadjuto 725370 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/