colônias agrícolas https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/166017/all pt-br Superlotadas, prisões brasileiras não fazem separação adequada de detentos, diz Ministério Público https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-27/superlotadas-prisoes-brasileiras-nao-fazem-separacao-adequada-de-detentos-diz-ministerio-publico <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/3/gallery_assist638298/prev/1230ANT9481.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: right;" />Pedro Peduzzi<br /> <em>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</em></p> <p> &nbsp;</p> <p>Bras&iacute;lia &ndash; Inspe&ccedil;&atilde;o feita no m&ecirc;s de mar&ccedil;o pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico (MP) em 1.598 estabelecimentos prisionais constatou que, al&eacute;m de superlotadas, a maioria dessas institui&ccedil;&otilde;es n&atilde;o tem separado de forma adequada os presos, nem dado a eles suficiente assist&ecirc;ncia material, de sa&uacute;de ou de educa&ccedil;&atilde;o. O relat&oacute;rio <em>A Vis&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico sobre o Sistema Prisional Brasileiro</em>, divulgado hoje (27) pelo MP, informa que, apesar de terem capacidade para 302.422 pessoas, tais estabelecimentos abrigam 448.969 presos, com d&eacute;ficit de quase 150 mil vagas e ocupa&ccedil;&atilde;o 48% acima de sua capacidade.</p> <p>A superlota&ccedil;&atilde;o ocorre em todas as regi&otilde;es do pa&iacute;s e em todos os tipos de estabelecimentos &ndash; penitenci&aacute;rias, cadeias p&uacute;blicas, casas de albergado, col&ocirc;nias agr&iacute;colas ou industriais e hospitais de cust&oacute;dia, entre outros. O estudo n&atilde;o aborda as condi&ccedil;&otilde;es de carceragens, nem de cust&oacute;dias em delegacias porque estas ser&atilde;o objeto de levantamento pr&oacute;prio.</p> <p>O MP constatou tamb&eacute;m que os presos n&atilde;o est&atilde;o sendo separados de forma adequada. Em 79% dos 1.269 estabelecimentos, n&atilde;o h&aacute; separa&ccedil;&atilde;o entre presos provis&oacute;rios ou definitivos; em 1.078 (67%), n&atilde;o h&aacute; separa&ccedil;&atilde;o em fun&ccedil;&atilde;o dos regimes (aberto, semiaberto ou fechado); em 1.243 (aproximadamente 78%), n&atilde;o h&aacute; separa&ccedil;&atilde;o entre presos prim&aacute;rios e reincidentes; em 1.089 (68%), n&atilde;o h&aacute; separa&ccedil;&atilde;o em fun&ccedil;&atilde;o da periculosidade ou do delito; e em 1.043 (65%), presos de diferentes fac&ccedil;&otilde;es criminosas convivem sem separa&ccedil;&atilde;o.</p> <p> A inspe&ccedil;&atilde;o identificou a presen&ccedil;a de grupos ou fac&ccedil;&otilde;es criminosas em 287 estabelecimentos, al&eacute;m de constatar que 91% dos estabelecimentos n&atilde;o separam os presos adultos dos idosos (acima de 60 anos).</p> <p><img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/3/gallery_assist638298/prev/1230ANT9397.jpg" style="width: 300px; height: 225px; margin: 8px; float: left;" />Dos 1.598 locais visitados, em 780 n&atilde;o havia camas e 365 n&atilde;o tinham colch&otilde;es para todos os detentos. Em 1.099 estabelecimentos, os presos n&atilde;o dispunham de &aacute;gua quente para banho e, em 636, n&atilde;o eram fornecidos produtos de higiene pessoal. Al&eacute;m disso, 66% dos estabelecimentos (1.060) n&atilde;o forneciam toalha de banho e em 42% (671) n&atilde;o havia distribui&ccedil;&atilde;o de preservativos.</p> <p> &ldquo;Isso acaba favorecendo a gera&ccedil;&atilde;o de mercados paralelos nessas unidades&rdquo;, ressaltou Roberto Ant&ocirc;nio Dessi&eacute;, coordenador do estudo e membro do Conselho Nacional do Minist&eacute;rio P&uacute;blico (CNMP). Faltam tamb&eacute;m bibliotecas em 968 (60%) institui&ccedil;&otilde;es prisionais e espa&ccedil;o para pr&aacute;tica esportiva em 756 (47%) delas. Em 155 estabelecimentos (10%), falta local para banho de sol.</p> <p>De acordo com o MP, entre mar&ccedil;o de 2012 e fevereiro de 2013, foram registradas 121 rebeli&otilde;es no sistema prisional e, em 23 delas, foram feitos ref&eacute;ns. Nesse per&iacute;odo, houve 769 mortes, das quais 110 foram classificadas como homic&iacute;dios e 83 como suic&iacute;dios. O relat&oacute;rio registra a ocorr&ecirc;ncia de 23.310 fugas, 3.734 recapturas e 7.264 retornos espont&acirc;neos, bem como apreens&atilde;o de drogas em 654 estabelecimentos prisionais (40% do total visitado).</p> <p>Quanto &agrave; disciplina, o relat&oacute;rio do MP denuncia que 37% (ou 585 estabelecimentos) n&atilde;o observam o direito de defesa do preso na aplica&ccedil;&atilde;o de san&ccedil;&atilde;o disciplinar e que, em quase 65% deles, n&atilde;o h&aacute; qualquer servi&ccedil;o de assist&ecirc;ncia jur&iacute;dica na pr&oacute;pria unidade.</p> <p>Presente &agrave; cerim&ocirc;nia de lan&ccedil;amento do relat&oacute;rio, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), considera&nbsp; fundamental a presen&ccedil;a de pelo menos um advogado ou defensor p&uacute;blico em cada uma dessas institui&ccedil;&otilde;es, de forma a facilitar a assist&ecirc;ncia jur&iacute;dica dos detentos. Para ele, com isso, ser&aacute; poss&iacute;vel mudar esse quadro de viol&ecirc;ncia, abuso e de pris&otilde;es abusivas.</p> <p> &quot;Essa deveria ser uma meta institucional, e acho que ela &eacute; absolutamente fact&iacute;vel&rdquo;, disse o ministro. Segundo ele, esse cen&aacute;rio poderia ser alcan&ccedil;ado por meio de parcerias com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ou com a ajuda da advocacia volunt&aacute;ria que vem sendo feita por v&aacute;rias institui&ccedil;&otilde;es. &ldquo;Claro que com a Defensoria P&uacute;blica coordenando esse trabalho&rdquo;, completou Mendes.</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: N&aacute;dia Franco//O s&eacute;timo par&aacute;grafo foi corrigido &agrave;s 16h12: as 769 mortes ocorridas nas pris&otilde;es entre mar&ccedil;o de 2012 e fevereiro de 2013, n&atilde;o foram resutantes de rebeli&otilde;es, como tinha sido publicado</em></p> <p><i>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. 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