homicídio de índio https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/164357/all pt-br Delegado minimiza hipótese de índio ter sido morto em MS por conflito de terras https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-13/delegado-minimiza-hipotese-de-indio-ter-sido-morto-em-ms-por-conflito-de-terras <p style="margin-bottom: 0cm">Alex Rodrigues<br /> <i>Rep&oacute;rter Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> Bras&iacute;lia &ndash; O delegado Rinaldo Gomes Moreira, respons&aacute;vel pelo inqu&eacute;rito instaurado para apurar o assassinato do &iacute;ndio Celso Figueiredo, de 34 anos, ocorrido ontem (12) em Mato Grosso do Sul, adiantou que os depoimentos j&aacute; prestados pelo pai e pela irm&atilde;o da v&iacute;tima sugerem que o crime n&atilde;o &eacute; resultado dos conflitos por terras, que, somente no &uacute;ltimo m&ecirc;s, j&aacute; deixaram um &iacute;ndio morto e outro gravemente ferido no estado.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Celso Figueiredo foi morto com ao menos dois tiros, enquanto caminhava da aldeia guarani-kaiow&aacute; Paragua&ccedil;u onde vivia at&eacute; uma fazenda localizada pr&oacute;xima aos limites entre as cidades de Paranhos e Sete Quedas, pr&oacute;ximo &agrave; fronteira com o Paraguai. O delegado garantiu &agrave; <b>Ag&ecirc;ncia Brasil</b>, no entanto, que a pol&iacute;cia vai investigar todas as hip&oacute;teses poss&iacute;veis para esclarecer o crime. Ele n&atilde;o divulgou nome do suspeito do assassinato, que est&aacute; sendo procurado.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">De acordo com o delegado, o crime ocorreu por volta das 5h30 de ontem (12). Figueiredo e seu pai estavam a caminho da Fazenda Calif&oacute;rnia para receber o pagamento por servi&ccedil;os executados na propriedade, onde trabalhava como diarista, quando foram abordados por um homem usando capuz. Em seu depoimento, o pai da v&iacute;tima contou que o assassino usou uma espingarda para disparar o primeiro tiro contra Figueiredo. Depois, com a v&iacute;tima j&aacute; ca&iacute;da no ch&atilde;o, o homem sacou um rev&oacute;lver e fez o segundo disparo.</p> <p> &ldquo;Parece ser uma hip&oacute;tese, digamos, mais remota [a rela&ccedil;&atilde;o com conflito fundi&aacute;rio]. O pr&oacute;prio pai da v&iacute;tima e a irm&atilde;, que t&ecirc;m interesse em ver o caso esclarecido, disseram que a conviv&ecirc;ncia e o acesso &agrave; fazenda, por onde os &iacute;ndios costumam passar para ir pescar, &eacute; pac&iacute;fico&rdquo;, declarou o delegado, revelando que, mesmo assim, o capataz da fazenda ser&aacute; ouvido, j&aacute; que seria ele quem pagaria Figueiredo pelos servi&ccedil;os prestados &agrave; propriedade. Ainda segundo o delegado, o dono da fazenda, que ainda n&atilde;o foi contactado, tamb&eacute;m vai ser ouvido.</p> <p> O corpo de Figueiredo foi encaminhado ao Instituto M&eacute;dico-Legal (IML) de Ponta Por&atilde; ainda ontem. O delegado aguarda o resultado do laudo necrosc&oacute;pico para ter certeza do n&uacute;mero de tiros e do calibre dos proj&eacute;teis que mataram o &iacute;ndio. Duas c&aacute;psulas foram apreendidas no local do crime.</p> <p> Apesar de o delegado minimizar a possibilidade de o crime ter sido motivado por conflitos por terras, o Conselho Indigenista Mission&aacute;rio (Cimi) disse, em nota, que a regi&atilde;o &eacute; foco de frequentes conflitos entre fazendeiros e comunidades ind&iacute;genas que reclamam o reconhecimento de suas terras tradicionais. Foi nessa mesma regi&atilde;o que, em agosto de 2012, tiros foram disparados enquanto representantes do Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) se reuniam com os &iacute;ndios a fim de verificar as condi&ccedil;&otilde;es em que estes estavam vivendo.</p> <p> Em agosto de 2012, &iacute;ndios guaranis-kaiow&aacute;s e guaranis-&ntilde;handevas retomaram parte da &aacute;rea conhecida como Arroio Kor&aacute;, que afirmam ter pertencido aos seus antepassados. Em 2004, a Funai atestou, a partir de documentos antigos e fontes bibliogr&aacute;ficas, que o territ&oacute;rio era ocupado pelos dois povos guaranis desde o s&eacute;culo 18. Em 2009, a Presid&ecirc;ncia da Rep&uacute;blica decretou como territ&oacute;rio de posse permanente dos dois grupos ind&iacute;genas uma &aacute;rea de 7.175 hectares, denominada Terra Ind&iacute;gena Arroio Kor&aacute;. Um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial.</p> <p> A delimita&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea foi questionada no come&ccedil;o de 2010 por fazendeiros, que ajuizaram um mandado de seguran&ccedil;a no Supremo Tribunal Federal (STF) a fim de que o decreto presidencial fosse suspenso. Os donos da Fazenda Polegar, cujos 1.573 hectares ficam no interior da terra ind&iacute;gena, apresentaram documentos comprovando que a fam&iacute;lia havia adquirido a propriedade em 1923, estando devidamente regularizados. Al&eacute;m disso, argumentavam que a fazenda &eacute; produtiva, conforme atestado pelo Instituto Nacional de Coloniza&ccedil;&atilde;o e Reforma Agr&aacute;ria (Incra).</p> <p> Passados tr&ecirc;s anos, o processo continua tramitando no STF, com relatoria da ministra Rosa Weber, que assumiu a tarefa em dezembro de 2011.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Edi&ccedil;&atilde;o: </em><em>Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir a mat&eacute;ria &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> aldeia Paraguaçu assassinato de índio delegado Rinaldo Moreira homicídio de índio índio Celso Figueiredo investigação da polícia mato grosso do sul morto de índio guarani Nacional Thu, 13 Jun 2013 15:19:56 +0000 davi.oliveira 722927 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/