exposição É Proibido mas a Rainha Pode https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//taxonomy/term/163920/all pt-br Livros proibidos de dona Maria I, a Louca, podem ser vistos na Biblioteca Nacional https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//noticia/2013-06-09/livros-proibidos-de-dona-maria-i-louca-podem-ser-vistos-na-biblioteca-nacional <p style="margin-bottom: 0cm">Vladimir Platonow<br /> <i>Rep&oacute;rter da Ag&ecirc;ncia Brasil</i></p> <p> <img alt="" src="https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil//sites/_agenciabrasil/files/imagecache/300x225/gallery_assist/26/gallery_assist715269/prev/Eproibido-Vitrine06.JPG" style="width: 300px; height: 225px; margin: 3px; float: right;" />Rio de Janeiro &ndash; Obras banidas da sociedade, por motivos pol&iacute;ticos ou religiosos, faziam parte do acervo pessoal de dona Maria I, rainha de Portugal e m&atilde;e de dom Jo&atilde;o VI. Livros proibidos pela Santa Inquisi&ccedil;&atilde;o, que deveriam ter sido queimados, na verdade permaneceram guardados nas estantes da corte, escapando da destrui&ccedil;&atilde;o. Quando a Fam&iacute;lia Real veio para o Brasil, em 1808, trouxe de navio um acervo estimado em cerca de 60 mil obras, incluindo aquelas que deveriam ter sido destinadas &agrave; fogueira.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Uma pequena parte desses livros pode ser vista na Biblioteca Nacional (BN), na exposi&ccedil;&atilde;o <i>&Eacute; </i><i>P</i><i>roibido... mas a Rainha </i><i>P</i><i>ode</i>. S&atilde;o 20 obras escolhidas pela curadora da mostra, a bibliotec&aacute;ria Ana Virg&iacute;nia Pinheiro, chefe da Divis&atilde;o de Obras Raras. Segundo ela, a cria&ccedil;&atilde;o da BN - historicamente reconhecida a dom Jo&atilde;o VI - deveria ser creditada &agrave; dona Maria I, uma personagem pouco estudada e que ficou conhecida para os brasileiros como Maria, a Louca, por conta de seus problemas mentais, mas que em Portugal era conhecida como Maria, a Piedosa.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&ldquo;O objetivo &eacute; resgatar um pouco a imagem dessa mulher, que enlouqueceu por conta de todos os filhos que perdeu [dos sete que gerou, apenas dom Jo&atilde;o VI sobreviveu]. Ela foi a primeira rainha portuguesa, mas, para isso, a legisla&ccedil;&atilde;o da &eacute;poca teve que ser alterada, e ela precisou casar com um tio, para que a coroa continuasse sob o controle da fam&iacute;lia Bragan&ccedil;a.&rdquo;</p> <p style="margin-bottom: 0cm">Segundo a bibliotec&aacute;ria, os livros eram censurados ou banidos por motivos que desagradassem a Igreja ou os reis. Em alguns casos, as p&aacute;ginas tinham trechos riscados ou cobertos por panos. Em outros, p&aacute;ginas ou cap&iacute;tulos inteiros eram suprimidos.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">No rar&iacute;ssimo <i>Margarita </i><i>P</i><i>hilosophica </i><i>N</i><i>ova Cui </i><i>A</i><i>nnexa </i><i>S</i><i>unt </i><i>S</i><i>equentia</i>, de Gregor Reisch, publicado em 1515, considerado a primeira enciclop&eacute;dia moderna, a figura do corpo humano, onde aparecem os &oacute;rg&atilde;os internos, tem a genit&aacute;lia escondida por uma pe&ccedil;a de roupa desenhada posteriormente. Em outra obra, <i>Dialogos de </i><i>V</i><i>aria </i><i>H</i><i>istoria</i>, de Pedro Mariz, publicada em 1598, sobre biografias de reis e rainhas de Portugal, o verbete sobre a rainha Santa Isabel acabou suprimido, provavelmente pelo Tribunal da Inquisi&ccedil;&atilde;o, pois ela era apresentada como uma rainha milagrosa.</p> <p style="margin-bottom: 0cm"> No livro <i>Regitrum </i><i>H</i><i>uius </i><i>O</i><i>peris </i><i>L</i><i>ibri </i><i>C</i><i>ronicarum cum </i><i>F</i><i>iguris et </i><i>Y</i><i>magibus ab </i><i>I</i><i>nicio </i><i>M</i><i>undi</i>, conhecido como Cr&ocirc;nica de Nuremberg, publicado por Hartmann Schedel, em 1493, que se prop&otilde;e a contar a hist&oacute;ria do mundo, o verbete sobre a papisa Joana foi rasurado e coberto por papeis colados. A papisa Joana teria vivido no s&eacute;culo IX e, com identidade masculina, ingressou em um mosteiro, chegando a cardeal e depois a papa, sucedendo a Le&atilde;o IV, adotando o nome de Jo&atilde;o VII. A hist&oacute;ria, por&eacute;m, coloca em d&uacute;vida sua exist&ecirc;ncia, pois h&aacute; falta de documenta&ccedil;&atilde;o. Para alguns, os registros teriam sido destru&iacute;dos para apagar sua mem&oacute;ria.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">&ldquo;Havia a censura moral, a autocensura, a censura pol&iacute;tica, a censura religiosa, a censura social. Eram v&aacute;rias formas de controlar o circuito da informa&ccedil;&atilde;o, a partir do ponto de vista de uma determinada &eacute;poca&rdquo;, destacou Ana Virg&iacute;nia. Ela lembra que cada per&iacute;odo hist&oacute;rico teve seus epis&oacute;dios de censura. Durante a ditadura militar brasileira, por exemplo, exemplares condenados pelos censores n&atilde;o podiam ser exibidos na Biblioteca Nacional e tinham de ficar fora de cat&aacute;logo, embora os bibliotec&aacute;rios, pelo amor e dedica&ccedil;&atilde;o aos livros, dessem um jeito de esconder os exemplares, para que n&atilde;o fossem eliminados.</p> <p style="margin-bottom: 0cm">A exposi&ccedil;&atilde;o pode ser vista de segunda-feira a sexta-feira, das 10h &agrave;s 17h, at&eacute; 5 de julho. A entrada &eacute; gratuita. Outras informa&ccedil;&otilde;es podem ser obtidas na p&aacute;gina da Biblioteca Nacional na internet: <a href="http://www.bn.br/" target="_blank"><span style="text-decoration: none">www.bn.br</span></a>.<br /> &nbsp;</p> <p><em>Edi&ccedil;&atilde;o: Davi Oliveira</em></p> <p style="margin-bottom: 0cm"><em>Todo o conte&uacute;do deste site est&aacute; publicado sob a Licen&ccedil;a Creative Commons Atribui&ccedil;&atilde;o 3.0 Brasil. Para reproduzir a mat&eacute;ria &eacute; necess&aacute;rio apenas dar cr&eacute;dito &agrave; </em><strong>Ag&ecirc;ncia Brasil</strong></p> Biblioteca Nacional Cultura dom João VI dona Maria I exposição É Proibido mas a Rainha Pode obras proibidas Santa Inquisição Sun, 09 Jun 2013 15:23:28 +0000 davi.oliveira 722566 at https://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/